Estudo indica alta taxa de mortalidade por covid-19 nos EUA - Summit Saúde

Estudo indica alta taxa de mortalidade por covid-19 nos EUA

31 de maio de 2020 5 mins. de leitura

Análise feita pela Universidade de Washington demonstra que novo coronavírus tem sido mais letal do que outras epidemias globais

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A pandemia do novo coronavírus tem sido especialmente cruel para os cidadãos dos Estados Unidos. Em maio deste ano, os norte-americanos lideraram o ranking total de infectados e também de mortos pela covid-19, com cerca de 1,6 milhão de casos e 345 mil fatalidades.

Dados ligados ao estudo publicado pela Universidade de Washington (UW) na revista Health Affairs, mostra que não há uma perspectiva positiva para os EUA. Com os atuais dados fornecidos pelas autoridades de saúde locais, o panorama pode se agravar nesse país mesmo que a nação esteja lidando com a pandemia.

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Comparação com a gripe

Taxa de mortalidade por covid-19 tem sido 13 vezes maior do que a da gripe comum nos EUA. (Fonte: Shutterstock)

No início da epidemia da covid-19, existia uma crença na comunidade científica de que o novo coronavírus pudesse ter uma taxa de mortalidade parecida com a das gripes sazonais que afetam o planeta. Entretanto, o relatório da UW demonstrou uma grande disparidade entre as taxas de mortalidade dos dois casos.

Enquanto o Sars-CoV-2 tem 1,3% de mortes em indivíduos que manifestam os sintomas da doença, os casos de gripe sazonal apresenta apenas 0,1%. Segundo o autor do estudo, Anirban Basu, o debate sobre “qual é o vírus mais mortal” finalmente pode receber um ponto-final.

Coleta de dados

A Escola de Farmácia da UW desenvolveu um website capaz de analisar as taxas de infecção e de morte dos indivíduos sintomáticos dos condados americanos. O site usa as informações dos 116 condados espalhados por 33 estados dos EUA e fornece uma projeção do que pode ocorrer no futuro dessas regiões.

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De acordo com Basu, a ferramenta não foi feita para prever o futuro, mas sim elaborar previsões baseadas nos relatórios fornecidos pelas comunidades — o que pode variar conforme o banco de dados, pois atualizado de acordo com a progressão do vírus.

Por exemplo, o condado de Washington apresentou taxas de mortalidade que variaram de 0,5% a 3,6% desde o início da pandemia. Entre os 116 condados analisados, King é o que apresenta o maior índice de fatalidades, com 3,6% dos casos.

Projeção pessimista

O documento produzido pela UW aponta uma catástrofe caso ocorra uma contaminação parecida com a que aconteceu pelo vírus da influenza entre 2018 e 2019. Na época, 35,5% dos norte-americanos contraíram essa doença e, se o resultado for o mesmo, os EUA poderá ver o número de mortos pela covid-19 escalar para 1,2 milhão de casos até o fim de 2020.

Para Basu, a única forma de mudar o panorama do país é estabelecer medidas preventivas à doença e prevalecer o respeito pelo isolamento social durante o período de crise gerado pela covid-19. O cientista também ressaltou em seu estudo que o projeto não deve ser levado como “palavra final”, mas sim como um alerta do que pode ocorrer caso nada seja feito.

Pandemia em Nova York

Estado de Nova York é o mais afetado pela pandemia da covid-19 (Fonte: Pixabay)
Estado de Nova York é o mais afetado pela pandemia da covid-19. (Fonte: Pixabay)

O estado de Nova York tem sido a região dos EUA que mais sofreu com a pandemia de coronavírus. Durante os cinco primeiros meses do ano, foram mais de 364 mil casos e 28 mil óbitos na região, de acordo com o levantamento da Universidade John Hopkins.

Após algumas semanas de lockdown, os números de novos infectados locais começou a apresentar quedas significativas. O resultado positivo fez com que Nova York iniciasse o processo de retomada das suas atividades e reabertura econômica.

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Mesmo assim, o governador Andrew Cuomo anunciou, ainda em maio, a prorrogação das medidas de isolamento social na região até o dia 7 de junho. O governo definiu uma série com sete parâmetros — um deles é a confirmação de que existem leitos hospitalares suficientes para os habitantes — que devem ser adotados até as 10 regiões do estado poderem retomar suas rotinas.

Até o momento, nenhuma das localidades atingiu o limite considerável seguro pelas autoridades médicas para que ocorra a reabertura. No mês de março, o governo de Nova York já havia estendido o prazo de isolamento social para a metade do mês de Maio e existe a possibilidade que uma nova prorrogação ocorra caso os avanços esperados não sejam obtidos.

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Fontes: Science Daily, Estadão.

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