Em parceria com empresa chinesa, Instituto Butantan deve testar eficácia de nova vacina em 9 mil voluntários
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O Instituto Butantan anunciou grandes novidades no combate à pandemia do novo coronavírus. Em parceria com a empresa chinesa Sinovac, pesquisadores brasileiros devem começar a testar uma nova vacina em profissionais da saúde durante os próximos meses.
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O acordo fechado entre o governador de São Paulo, João Doria, e o diretor do Butantan, Dimas Covas, no começo de junho prevê a testagem de 9 mil doses em voluntários espalhados pelo Brasil. Caso comprovada a eficácia do produto em estágio avançado, uma nova leva pode ser distribuída até junho de 2021.
Em seu site oficial, o Instituto Butantan disponibiliza um QR code para aqueles que pretendem participar da etapa de triagem, que configura quem está apto a receber a CoronaVac.
Brasil pode se tornar referência na produção de vacina contra covid-19. (Fonte: Shutterstock)
O laboratório brasileiro de pesquisas tem se mostrado extremamente otimista quanto ao andamento da nova vacina. A Sinovac, sediada em Pequim, diz já ter realizado experimentos bem-sucedidos com o produto em mais de 1 mil chineses durante as fases clínicas 1 e 2, necessárias antes da aprovação oficial.
A China foi o primeiro país a ter que lidar com a covid-19 e aparenta ter a situação da pandemia controlada depois de oito meses. Antes dos testes em humanos, a CoronaVac foi aprovada em aplicações de laboratório e em macacos.
Caso o produto consiga a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é possível que o Brasil se torne uma das referências internacionais no combate ao coronavírus. O Instituto Butantan tem como objetivo firmar parceria tecnológica com os chineses para que a produção em massa de doses da vacina ocorra em território nacional e possa ser distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Em declaração oficial, Covas exaltou o trabalho do laboratório durante o período de crise: “O Instituto Butantan está direcionando toda a sua energia na vacina da covid-19. Nosso compromisso é trazer solução para essa epidemia, para o povo brasileiro, e contribuir para outros países da América Latina e do mundo”.
Atualmente, existem cerca de 136 candidatas a vacina contra o novo coronavírus, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mas apenas dez delas estão no estágio de ensaio clínico, o qual permite que testes em humanos sejam conduzidos pelas instituições.
O procedimento utilizado para a criação de uma imunização para a covid-19 tem sido o mesmo aplicado em outras vacinas historicamente renomadas, como a da poliomielite e a do sarampo. Os cientistas separam fragmentos do vírus Sars-CoV-2 para serem inoculados nos seres humanos, o que faria com que o nosso sistema imune produzisse anticorpos contra a doença.
Vacina precisa passar por três etapas antes de ser aprovada. (Fonte: Shutterstock)
Antes que uma vacina chegue ao mercado geral, é preciso que passe por um crivo rigoroso. São três etapas fundamentais no processo de desenvolvimento de um produto que siga as normas éticas e os padrões de qualidade: laboratorial, pré-clínica e clínica.
A pesquisa inicial se restringe à testagem em laboratório, onde são avaliadas centenas de moléculas do vírus para decidir quais são as mais adequadas para compor uma vacina.
No segundo estágio, quando já se tem em mente quais devem ser os componentes da imunização, ocorre a testagem em animais. Normalmente macacos ou ratos de laboratório recebem uma dose do produto, e os cientistas podem comprovar a eficácia dos dados obtidos na experimentação in vitro.
A última e mais importante das fases de verificação da vacina acaba sendo a que exige mais cautela. Os laboratórios estão autorizados a testar o produto em seres humanos, o que acontece durante três etapas. Antes que se avalie em larga escala, cerca de 80 indivíduos são utilizados como cobaias; normalmente, são adultos saudáveis e que se voluntariaram para participar do processo.
Depois que a vacina é rotulada como segura para os seres humanos, expande-se a quantidade de indivíduos testados e o grupo passa a ser mais diverso, chegando à casa de centenas. Por fim, a vacina chega para milhares de pessoas, mas o produto segue sendo monitorado na busca de eventuais reações que sua utilização possa causar. Essa é a etapa em que as agências reguladores concedem o aval para a produção em massa e as instituições podem trabalhar para levá-la ao público.
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Fontes: Instituto Butantan, Governo de São Paulo, Estadão e Paraná Portal.