Pessoas portadoras do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) precisam tomar alguns cuidados durante a gravidez
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O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é o causador da Aids, doença que afeta o sistema de combate a infecções e pode ser fatal. Segundo a plataforma Worldometer, cerca de 1,3 milhão de pessoas morreram em decorrência do HIV em 2020. Esse número foi obtido por meio da análise de dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) e da Avert.org.
Infelizmente, a Aids ainda não tem cura. A única forma possível de tratá-la é tentando controlar e retardar os efeitos da presença dos retrovírus no organismo. Assim, quando alguém descobre estar com HIV, precisa agir rapidamente e buscar medicamentos que mantenham a carga viral baixa para evitar que o retrovírus se reproduza, afete o sistema imunológico e “ative” a Aids.
O vírus deve ser combatido com o coquetel antiaids, como são popularmente conhecidas as combinações de remédios que impedem a proliferação do retrovírus. Por conta disso, a doença está cada vez menos presente na vida dos portadores de HIV.
A principal forma de evitar o vírus e a doença é com a prevenção da transmissão.
O site do governo brasileiro sobre Aids desmistifica o tabu sobre os infectados pelo vírus, apresentando que apertos de mão, abraços, beijos, masturbação, sexo com proteção e compartilhamento de talheres, copos, assentos de ônibus e piscina não são formas de transmitir a doença.
Vale lembrar que o HIV é definido como uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), então as principais formas de contaminação são sexuais, mas não são as únicas existentes, que podem ser:
A última forma tende a ser uma das mais preocupantes. Como ter uma gravidez segura e tentar proteger o bebê do HIV no caso de gestantes soropositivas?
A principal questão a ser abordada é nos cuidados com a grávida: é importante que esteja fazendo o tratamento profilático com os antirretrovirais corretos, em acompanhamento que é essencial para ambos os parceiros.
Para conseguir uma liberação mais segura, a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) recomenda acompanhamento de equipe médica que deve contar com infectologista, ginecologista, urologista e especialista em reprodução assistida (RA). Isso serve para garantir que os envolvidos estejam com um índice de carga viral seguro para a reprodução sem transmissão vertical.
Com a rotina de medicamentos respeitada, a preocupação seguinte é a forma de engravidar. A RA é a opção mais segura e pode acontecer de diversas formas, dependendo de qual dos parceiros é o portador do HIV. Caso a mulher seja a portadora, uma opção é a inseminação intrauterina (IIU), pois já que o parceiro não tem o vírus a introdução impede o contágio e garante que o sêmen chegue ao óvulo, tendo chances bastante seguras de gravidez.
Quando ambos são portadores, o IIU impede que exista uma transferência de diferentes sorotipos de vírus entre os parceiros. Quando a qualidade do sêmen não é muito alta, a indicação é a fertilização in vitro (FIV), que é segura e mais efetiva.
Se o portador for o parceiro, a FIV é uma opção, mas deve acontecer por meio de uma injeção intracitoplasmática de espermatozoides. A IIU também é uma saída para quando o progenitor tem o vírus, porém é necessária uma “limpeza” do sêmen. Nesse caso, o plasmático, que é onde estão os leucócitos e as partículas virais, é separado do sêmen em laboratório, sendo necessário fazer uma avaliação de amostragem para garantir que realmente não há o vírus no produto.
É preciso que a grávida faça acompanhamento constante com médicos e utilize os remédios antirretrovirais específicos para gestantes de maneira correta. O tratamento é estendido para o bebê quando recém-nascido, e o parto deve ser cesariana. Além disso, a amamentação não pode ser feita com o leite materno.
Ainda que todos esses cuidados sejam seguidos, não é 100% garantido que o bebê não contraia HIV. A médica Cláudia Navarro escreveu no blog Medicina S/A que as chances de contaminação caem para 2% quando os pais respeitam todos as recomendações oferecidas.
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Fontes: Medicina S/A, Governo Brasileiro, HiLab, Política Estadão, Mundo Educação UOL, Unaids.