Variantes da covid-19: como elas são nomeadas?

9 de setembro de 2021 4 mins. de leitura
O uso do alfabeto grego para nomear as mutações do novo coronavírus foi sugerido por especialistas da Organização Mundial da Saúde

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Inicialmente identificadas por nomes científicos como P.1 e B.1.351, entre outros, as variantes do novo coronavírus ganharam uma nomenclatura diferente em maio deste ano. Na ocasião, a Organização Mundial da Saúde (OMS) começou a usar as letras do alfabeto grego para nomeá-las, facilitando a distinção.

Essa mudança surgiu a partir da sugestão de especialistas convocados pela entidade, com o objetivo de simplificar as discussões públicas sobre as mutações do causador da covid-19. Além disso, o novo esquema permitiu evitar termos que estigmatizassem o surgimento das novas cepas, ao associá-las a determinados países.

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Mas antes de chegar ao alfabeto grego, o Grupo de Trabalho de Evolução Viral da entidade tentou outras alternativas, como o uso de duas sílabas que não formassem uma palavra e a combinação de três ou quatro sílabas. A equipe também considerou usar nomes de deuses gregos e chegou a pensar em identificar as variantes por números.

As mutações são detectadas com o sequenciamento das amostras coletadas nos testes de covid-19. (Fonte: zstock/Shutterstock)
As mutações são detectadas com o sequenciamento das amostras coletadas nos testes de covid-19. (Fonte: zstock/Shutterstock)

Todas as sugestões foram rejeitadas, por diferentes motivos, exceto a das letras gregas, que também haviam sido apresentadas e acabaram aprovadas pelo Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (ICTV). Este grupo é responsável por nomear as novas espécies de vírus, como o próprio Sars-CoV-2, mas não as subespécies, trabalho que fica a cargo da OMS.

Variantes de preocupação e de interesse

As alterações aprovadas pela entidade valem tanto para as variantes de preocupação quanto para as de interesse. Os nomes científicos das novas cepas continuam a existir, mas eles não estão mais sendo usados nos comunicados divulgados pela organização, desde a mudança.

Como o próprio nome indica, as mutações de preocupação exigem muita atenção, devido à maior capacidade de contágio, resultando em mais hospitalizações. Tais cepas também podem se caracterizar pela resistência aos tratamentos e por causar quadros graves e mortes.

Veja como elas passaram a ser chamadas a partir da nova nomenclatura:

  • B.1.1.7 (Reino Unido): Alpha;
  • B.1.351: (África do Sul): Beta;
  • P.1 (Brasil): Gamma;
  • B.1.617.2 (Índia): Delta.
Uma grande quantidade de mutações do vírus já foi descoberta desde o início da pandemia. (Fonte: Shutterstock/FelipeCaparros/Reprodução)
Uma grande quantidade de mutações do vírus já foi descoberta desde o início da pandemia. (Fonte: Shutterstock/FelipeCaparros/Reprodução)

Entre as variantes de interesse, estão as cepas atualmente sob a vigilância dos especialistas, que exigem investigações mais profundas para verificar a capacidade de transmissão e a resposta a tratamento, entre outros fatores. Confira como algumas delas são conhecidas no novo sistema:

  • B.1.427 / B.1.429 (Estados Unidos): Epsilon;
  • P.2 (Brasil): Zeta;
  • B.1.525 (Vários países): Eta;
  • P.3 (Filipinas): Theta;
  • B.1.526 (Estados Unidos): Lota;
  • B.1.617.1 (Índia): Kappa;
  • C.37 (Peru): Lambda.

Um novo esquema de nomeação das mutações será anunciado pela OMS quando as 24 letras do alfabeto grego se esgotarem na classificação atual.

Por que a doença recebeu o nome covid-19?

Os vírus e as doenças que eles causam normalmente têm nomes diferentes. Em relação aos primeiros, a nomeação é feita pelo ICTV, que batizou o então vírus desconhecido, em 11 de fevereiro de 2020, como “síndrome respiratória aguda grave 2” (Sars-CoV-2).

Já as doenças são nominadas pela OMS, considerando a Classificação Internacional de Doenças (CID). Na mesma data, em 2020, ela apresentou a designação “doença do coronavírus” (covid-19), baseada em diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).     

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Fonte: STAT, Organização Mundial da Saúde, Time.

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