6 mitos e verdades sobre o transtorno do espectro autista

2 de abril de 2022 4 mins. de leitura
O autismo afeta cerca de 70 milhões de pessoas no mundo; saiba quais características se aplicam a esses indivíduos

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O transtorno do espectro autista (TEA) engloba sinais clínicos que identificam pessoas que apresentam características que podem limitá-las do contato socioemocional padrão. Ao contrário do que alguns pensam, o autismo não é uma doença, e sim um distúrbio de neurodesenvolvimento, marcado por déficits na comunicação e na interação, além de padrões de comportamentos repetitivos e outras manifestações.

Devido a isso, há muitas especulações e crenças populares inverídicas sobre essa condição, o que dificulta a plena integração dos indivíduos no meio social. Pensando nesse fato e no grande número de pessoas no espectro — mais de 70 milhões no mundo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) — listamos 6 mitos e verdades sobre o autismo, como uma forma de esclarecimento e de apoio ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo.

1. O autista é uma pessoa apática e antissocial

MITO. Embora alguns autistas não gostem de ter contato físico, mesmo com pessoas do convívio próximo, há crianças e adultos no espectro que adoram receber e dar carinho, como abraços e beijos. Além disso, é bastante comum que sintam empatia pelos outros.

Em relação à sociabilidade, muitos dizem que os autistas “vivem no próprio mundo”, não se interessando em manter vínculos com outros indivíduos. Há, sim, casos de autistas que não querem fazer amigos ou que não sentem falta de ter alguém por perto, mas esse é um comportamento que também pode ser observado em pessoas neurotípicas.

Sendo assim, não é verdade que quem tem TEA é antissocial. Muitos têm o desejo de fazer amizades, embora às vezes não saibam muito bem como fazer isso, o que pode levá-los a um comportamento tímido, hostil ou de desinteresse.

O autismo não faz que os indivíduos sejam antissociais; eles podem demonstrar afeto e não ter dificuldade de sociabilização. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
O autismo não faz que os indivíduos sejam antissociais; eles podem demonstrar afeto e não ter dificuldade de sociabilização. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

2. O autista tem dificuldade em olhar nos olhos

VERDADE. Alguns autistas podem ter dificuldade para manter contato visual, o que pode afetar a percepção das coisas e das pessoas ao redor. Apesar disso, é preciso destacar que esse impasse pode ser melhorado gradativamente com a ajuda de terapias específicas.

3. Autistas são muito agressivos

MITO. Não é correto generalizar características de comportamento como a agressividade. As pessoas autistas nem sempre são agressivas, embora possam apresentar um nível de tolerância mais baixo e maiores picos de frustração, o que costuma ocorrer quando há uma dificuldade de se expressar.

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4. Pessoas autistas podem apresentar fala desorganizada

VERDADE. O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento, o que pode afetar fatores como interação social, interesses e comunicação. Alguns autistas apresentam, por exemplo, o comportamento verbal disfuncional chamado ecolalia, que é caracterizado pela repetição de palavras soltas sem funcionalidade, em uma fala desorganizada.

Porém, deve-se destacar que os déficits de comunicação variam em termos de gravidade e impactos na aprendizagem. Alguns podem ter o uso da linguagem verbal prejudicado e até mesmo ausência total da fala, enquanto outros no espectro podem não apresentar essa dificuldade.

5. Toda criança autista é insensível

MITO. As crianças autistas podem precisar de determinados estímulos para aprender a expressar opiniões e sentimentos de maneira mais assertiva, mas a insensibilidade ou a hipersensibilidade podem ocorrer em relação a aspectos físicos, na manifestação de sinais como maior ou menor sensibilidade a dor do que o normal ou aversão a comidas, objetos e texturas.

6. Vacinas causam autismo

MITO. Essa informação é falsa, embora altamente propagada. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há qualquer evidência científica que demonstre que vacinas podem ser a causa do TEA. As causas exatas da condição ainda estão sob análise, mas já são associadas a fatores ambientais, mudanças genéticas e anormalidades cromossômicas, sem relação com imunizações contra doenças como sarampo, caxumba ou rubéola.

Não há evidências científicas de que vacinas sejam a causa do autismo. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Não há evidências científicas de que vacinas sejam a causa do autismo. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

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Fonte: APAE – BH, Clínica Interação, Instituto Neurosaber.

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