Isso corresponde a mais de 70% da população brasileira, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde realizada pelo IBGE
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No início de setembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados da Pesquisa Nacional de Saúde, que entrevistou milhares de pessoas em todos os estados e as regiões do Brasil em 2019.
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Trata-se da segunda edição da pesquisa, feita pela primeira vez em 2013. Mesmo sendo referente ao ano anterior, a pesquisa reforça o papel do sistema público no atendimento à população e no combate às doenças.
Isso porque um dos primeiros dados que chama a atenção na publicação é o de que 71,5% dos brasileiros — o que corresponde a mais de 150 milhões de pessoas — não possuem qualquer serviço de saúde suplementar, como planos médicos-hospitalares ou odontológicos.
O indicador não apresentou grande oscilação em relação à edição anterior, quando 72,1% dos brasileiros afirmaram ter acesso apenas ao SUS.
Sobre os dados gerais, é interessante observar também que a parcela de domicílios cadastrados em Unidades de Saúde da Família aumentou 6,7 pontos percentuais na comparação com 2013 — aumentou de 53,3% para 60%.
As unidades básicas foram o destino favorito do brasileiro para procurar serviços de saúde, sendo a preferência de 46,8% dos entrevistados. Logo depois, vieram os consultórios de médicos particulares e clínicas privadas, com 22,9%.
As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) têm 14,1% da preferência, e os centros de especialidades, policlínicas públicas ou ambulatórios de hospitais públicos têm 8,9%. Por fim, o pronto-atendimento de hospitais privados são procurados por 4,4% dos brasileiros.
Entre os 28,5% dos brasileiros que afirmaram ter plano de saúde privado na Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 (contra 27,9% de 2013), é possível observar desigualdades marcantes entre diferentes regiões do País.
Enquanto as regiões Sul (30,5%) e Sudeste (34,9%) têm cobertura acima da média nacional, o Norte (14,7%) e o Nordeste (16,6%) possuem proporções muito menores de sua população sob o cuidado da saúde suplementar — já o Centro-Oeste fica próximo da média, com 28,9%.
Os dados analisados por estado são ainda mais desiguais: São Paulo (38,4%) e Distrito Federal (37,4%) se destacam com as maiores coberturas, enquanto Maranhão e Roraima têm apenas 5,0% e 7,4% de sua população atendida por planos de saúde. Essas diferenças regionais são semelhantes àquelas observadas no relatório de 2013.
Contudo, mais do que regionais, essas desigualdades também são sociais: 16,1% das pessoas sem instrução ou com Ensino Fundamental incompleto possuem acesso à saúde suplementar, contra 67,6% daquelas com Ensino Superior completo.
Quanto à renda, somente 2,2% das pessoas que ganham menos de 1/4 de salário mínimo têm algum plano de saúde, parcela que sobe para 86,8% entre os que recebem mais de cinco salários mínimos mensais.
Segundo o IBGE, há “uma relação direta entre a cor ou a raça e o nível de instrução e a cobertura de plano de saúde, destacando-se, nesse sentido, as pessoas brancas ou com Ensino Superior com as maiores proporções de cobertura”.
Essa desigualdade regional no acesso aos planos de saúde também se traduz em uma maior procura pelo sistema público, nas regiões menos assistidas.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, 8,9 milhões de pessoas permaneceram por 24 horas ou mais em hospitais do SUS em 2019, o que representa 64,9% de todas as internações no País. Porém, enquanto o Norte (77,8%) e o Nordeste (76,2%) tiveram uma procura acima da média nacional, o Sudeste (56,4%) apresentou uma proporção menor de internações pelo SUS.
De maneira geral, o IBGE aponta que 76,2% dos brasileiros (159 milhões de pessoas) se consultaram com um médico nos 12 meses anteriores à data da pesquisa. Isso representa um aumento de cinco pontos percentuais em relação à edição anterior do estudo.
Contudo, os motivos mais citados para procurar um atendimento de saúde foram doença ou tratamento (48,2%), enquanto cuidados de rotina (como acompanhamento médico, vacinação, prevenção ou check-up) ficaram com 25,1% — esse dado apresentou um padrão pouco desigual entre as regiões.
No entanto, como afirma uma reportagem do Estadão sobre a pesquisa, o ideal é que a maior parte da procura por serviços de saúde estivesse relacionada à prevenção.
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Fontes: Estadão, IBGE.