Câncer infantil: a precoce batalha de crianças e adolescentes

4 de março de 2020 4 mins. de leitura
Diagnosticar precocemente a doença é um dos fatores essenciais para que o tratamento ocorra com maior eficácia

Em 2002, a organização Childhood Cancer International (CCI) criou o Dia Internacional do Câncer Infantil com o objetivo de conscientizar os pais sobre essa doença que afeta diversos jovens no mundo todo.

Celebrada no dia 15 de fevereiro, a data alerta sobre os 250 mil casos de crianças e adolescentes com menos de 20 anos que são diagnosticados com câncer todos os anos. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 8,46 mil novos casos para 2020. O Atlas de Mortalidade registrou 2.704 óbitos ocasionados por câncer em 2015.

O câncer infantojuvenil é uma doença decorrente da proliferação descontrolada de células anormais com a possibilidade de afetar qualquer parte do organismo humano. Por meio de alterações ou falhas, o tumor afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação dos jovens.

Entre os tipos de tumor mais comuns entre os jovens estão a leucemia, o linfoma e os tumores de sistema nervoso central. Ao contrário dos casos em adultos, o câncer infantojuvenil é resultado, na maioria das vezes, de condições genéticas; logo, a maioria das ocorrências é de origem embrionária e consiste em células indiferenciadas.

Segundo o Inca, no Brasil, o câncer representa o principal causador de morte de crianças e adolescentes com idade entre zero e 19 anos. Apesar de ocasionar 8% do total de óbitos juvenis em território brasileiro, o câncer infantil tem possibilidade de cura na faixa de 80% para casos em que o diagnóstico é feito precocemente e recebe tratamento em centros especializados (por ainda não cumprirem uma função específica no organismo, as células jovens são mais fáceis de serem removidas pelos tratamentos atuais).

(Fonte: Shutterstock)

Sintomas

Em 2018, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou um projeto cujo objetivo é garantir que 60% das crianças no mundo todo consigam sobreviver aos casos de câncer. A meta é duplicar os números atuais até o ano de 2030.

De acordo com a organização, a transformação na conscientização sobre o câncer infantil poderia resultar na duplicação da taxa média de cura para meninos e meninas no planeta. Em números totais, isso representaria mais de um milhão de vidas salvas durante esse período de tempo.

O primeiro passo para se alterar a realidade médica do câncer infantojuvenil é compreender como ocorre o diagnóstico precoce da doença. Em crianças, o tumor pode ser uma enfermidade difícil de ser identificada, visto que seus sintomas muitas vezes coincidem com os de doenças comuns entre crianças. Por isso, os pais devem estar sempre atentos ao menor sinal de anormalidade para encaminharem seus filhos diretamente a um pediatra.

Em casos de leucemia, pode ser que a criança apresente palidez ou esteja mais sujeita a sangramentos e infecções. Como essa é uma doença que invade a medula óssea por meio das células anormais, também é comum que os jovens sintam dores ósseas. O aumento ou surgimento de massa no abdômen pode ser um indicador de neuroblastoma, câncer que nasce nas células nervosas do corpo.

Além disso, existem as situações de tumores no sistema nervoso central, nas quais o jovem pode apresentar dores de cabeça, vômitos, alterações motoras e comportamentais, bem como paralisia de nervos. Outros possíveis sinais do aparecimento de câncer infantojuvenil são: manchas roxas no corpo, dores nos membros inferiores, estrabismo e possíveis dificuldades na fala.

(Fonte: Shutterstock)

Tratamento

Após o diagnóstico, o médico consegue ser capaz de decidir qual é o tratamento mais adequado para o quadro clínico da criança ou do adolescente. Existem três principais maneiras de se tratar a doença: quimioterapia, cirurgia e radioterapia. O tratamento envolve a coordenação de diversos profissionais da área da Saúde, que passa desde os oncologistas e pediatras até a assistência psicológica fornecida à criança e à família.

No aparecimento de tumores localizados e reduzidos, é possível optar pela remoção cirúrgica, que pode ou não ser acompanhada posteriormente da quimioterapia. Além disso, a equipe médica e os familiares precisam dar atenção integral para que o paciente recupere o bem-estar e a qualidade de vida durante o processo de cura, pois a parte emocional é um aspecto-chave durante o tratamento.

Fontes: Inca, Oncoguia, Ministério da Saúde.

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