Casos graves de covid-19 geram anticorpos detectáveis após um ano

5 de maio de 2021 3 mins. de leitura
Estudou feito nos Estados Unidos analisou amostras de pacientes recuperados da doença

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Um estudo realizado nos Estados Unidos, que ainda está em fase de pré-publicação na plataforma MedRXiv e precisa ser revisado por outros pesquisadores, sugere que a presença de anticorpos no organismo, após a infecção pelo vírus Sars-CoV-2, pode ter ligação com a gravidade da doença. 

Os anticorpos foram detectados em amostras de sangue de pacientes que desenvolveram formas graves da covid-19 após um ano da recuperação. Em contrapartida, apenas 18% daqueles que apresentaram quadros leves ou moderados tinham anticorpos um ano depois da infecção. A idade também pareceu ser um fator determinante.

Os cientistas da Uniformed Services University of Health Sciences, instituição militar dos EUA, coletaram sangue de 250 voluntários que haviam sido infectados pelo Sars-CoV-2 — 58 com sintomas graves e 192 com quadros leves ou moderados — durante as primeiras três semanas após a infecção. 

Novas coletas foram realizadas no 3º, 6º e 12º meses depois dos sintomas. Porém, após o 6º mês, apenas 11 dos voluntários com formas moderadas e 8 daqueles com sintomas graves continuaram no estudo. 

Vírus da COVID-19 gerou resposta imune que está durando um ano, em pacientes nos EUA (Fonte: Wikimedia Commons)
Vírus da covid-19 gerou resposta imune de até um ano em pacientes que tiveram casos graves. (Fonte: Wikimedia Commons)

Imunidade dura mais tempo nos pacientes graves

A diferença entre os dois grupos ficou nítida na pesquisa. Todos do primeiro grupo apresentaram anticorpos para o Sars-CoV-2 tanto seis meses depois da infecção quanto um ano após o aparecimento dos sintomas. 

Já entre os pacientes que não precisaram de hospitalização, 95% apresentavam anticorpos após seis meses. Esse percentual reduziu para 18% na coleta de um ano. Além da gravidade, as amostras de sangue também foram analisadas de acordo com três faixas etárias: até 44 anos, de 44 a 64 anos e acima de 65 anos. 

Embora o artigo alerte que o número de participantes idosos no estudo é baixo e que os dados devem ser analisados com cautela, essa faixa foi a que apresentou os melhores resultados em termos de imunidade após um ano.

Taxa de anticorpos em pacientes que precisaram de hospitalização era maior, após um ano (Fonte: Wikimedia Commons)
Taxa de anticorpos em pacientes que precisaram de hospitalização é maior após um ano (Fonte: Wikimedia Commons)

Anticorpos da infecção não se sobrepõem às vacinas

Dito isso, é importante diferenciar anticorpos de imunidade, que tem um sentido mais amplo. Em primeiro lugar, porque existem vários tipos de anticorpos que atuam na resposta imunológica do organismo, mas também porque a imunidade humoral (da qual os anticorpos fazem parte) é apenas uma das “imunidades” que temos. A resposta celular também é importante nos quadros da covid-19 — e não fez parte do estudo. 

Por fim, os autores do artigo também salientam que a presença de anticorpos adquiridos na infecção não descarta a necessidade de vacinar todos. Isso porque a imunidade induzida por uma vacina tende a ser maior por aquela que surgiu após uma forma leve ou moderada da doença. 

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Fonte: MedRXiv.

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