A queda é o resultado de um programa de conscientização da Agência Nacional de Saúde Suplementar
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O Brasil é o segundo país no mundo que mais realiza cesáreas, perdendo apenas para a República Dominicana. Essa posição é o resultado de um estudo feito pela Universidade de Gante, na Bélgica, no qual foi concluído que cerca de 44% dos casos mundiais desse tipo de parto acontecem na América Latina.
Mostrando o oposto da posição brasileira, uma pesquisa publicada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) apresentou uma queda de 12% no número de cesarianas feitas por mulheres beneficiárias de planos de saúde; além disso, foi identificado um aumento de 5,6% na quantidade de partos normais.
Ainda assim, 416 mil bebês nasceram por meio de cesárea e 82 mil de parto normal em 2019. Estima-se que os casos de cesariana sejam 55% do total de nascimentos no Brasil. O índice é 40 pontos percentuais acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que considera aceitável que 15% dos partos feitos sejam por cesárea.
Os números estão na publicação Análise da assistência à saúde da mulher na saúde suplementar brasileira entre 2014 e 2019, e a pesquisa só faz referência às mulheres que fizeram os partos por meio de plano de saúde.
A diminuição no número de cesarianas feitas por meio dos planos de saúde é uma consequência de um trabalho de educação promovido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e desenvolvido em conjunto com o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), tendo o apoio do Ministério da Saúde.
Batizado de Parto Adequado, o programa busca diminuir o número de cesáreas desnecessárias no Brasil. Desde a sua criação, em 2015, a iniciativa já conseguiu impedir cerca de 20 mil casos não necessários de cesariana.
A cesariana se diferencia do parto normal principalmente na hora do trabalho de parto e no período após o procedimento, que é a recuperação da mulher. Durante o nascimento do bebê, a mulher é anestesiada para a remoção da criança.
Assim, ela não sente nenhuma dor, e o trabalho de parto é mais curto, levando cerca de uma hora. Porém, essa condição de cirurgia também aumenta os riscos de complicações durante o ato, que também podem aumentar o tempo de duração.
Quando o assunto é o pós-parto, a cesariana é acompanhada de algumas tendências negativas, como recuperação mais lenta, maior dor e período de cicatrização, além de uma amamentação mais difícil e um maior risco de doenças respiratórias no bebê.
É necessário que a mulher fique internada pelo menos mais três dias após o parto, já que ela terá dificuldades para levantar, caminhar e fazer movimentos bruscos com a região do abdômen, precisando ficar até três meses sem fazer exercícios físicos abdominais. Em casos mais dolorosos, analgésicos podem ser necessários.
Ainda com essas características, que podem ser vistas como negativas, a prática é indicada em alguns casos específicos de gravidez. Um deles é quando o trabalho de parto não está acontecendo naturalmente ou mesmo com a tentativa de indução por meio de remédios.
Nesse sentido, é comum também que a cesariana seja utilizada em casos nos quais a mãe tem alguma condição médica que possa trazer risco a ela (como doenças cardiovasculares, pulmonares graves ou doença inflamatória intestinal) ou ao bebê, em casos de contaminá-lo com alguma patologia, como AIDS e herpes genital.
Fora o que foi citado, é comum optar pela cesárea quando há:
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Fontes: Medicina S/A, Tua Saúde, Minha Vida, ANS.