Períodos chuvosos tornam o ambiente mais propício para a transmissão da leptospirose em áreas urbanas com infraestrutura precária
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A leptospirose é uma doença endêmica no Brasil, que teve mais de 40 mil casos registrados entre 2009 e 2019, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A patologia pode se tornar epidêmica com as enchentes em grandes cidades em períodos chuvosos, principalmente em áreas com condições precárias de saneamento básico e infestação de roedores.
Embora a maioria dos casos em humanos apresente apenas sintomas leves, a patologia tem uma letalidade média de 9% e ainda não existe vacina disponível. Por isso, a prevenção é a melhor estratégia de combate à doença. Em animais, como cães, bovinos e suínos, a imunização impede o adoecimento e a transmissão da doença.
A leptospirose é uma doença causada pelas bactérias Leptospira, que vive nos rins e genitais de muitos tipos de animais domésticos e selvagens, principalmente em áreas tropicais onde o clima é úmido e quente.
Na maioria dos casos, a infecção raramente dura mais de uma semana. No entanto, as infecções bacterianas mais graves requerem internação e a ausência de tratamento pode danificar os rins, causar meningite, insuficiência hepática, dificuldade respiratória e até morte.
A cadeia de contágio da leptospirose começa com um animal infectado, como um roedor, vaca, cavalo, ovelha, porco, cachorro ou gambá. Esses animais podem transmitir a infecção pela urina ou a partir do tecido infectado após a morte.
Ao entrar em contato com o solo, lama ou água de enchente contaminados, a bactéria entra no corpo através de cortes ou escoriações na pele, mucosa da boca, nariz e garganta, ou ainda pela ingestão de água infectada. É muito raro que a doença seja transmitida de humano para humano.
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Os sintomas da leptospirose geralmente aparecem subitamente, em média de cinco a 14 dias após a infecção. No entanto, o período de incubação pode variar de um a 30 dias, segundo o Ministério da Saúde. Por isso, as pessoas devem ficar alerta aos sinais da doença por até um mês após serem expostas a situações de risco.
Em casos leves, os sintomas incluem:
No entanto, as infecções podem atingir órgãos vitais, como coração, fígado, rins, pulmões e cérebro. Nesses casos, os pacientes também podem apresentar:
Os sintomas de leptospirose em sua fase precoce são facilmente confundidos com outras doenças como dengue, influenza, malária, doença de Chagas e toxoplasmose. Por isso, o diagnóstico é realizado a partir de exame direto, de cultura ou detecção de DNA pela reação em cadeia de polimerase (PCR).
Na fase tardia, as infecções causadas pela bactéria são semelhantes às hepatites virais agudas, febre-amarela, dengue hemorrágica, pneumonias, meningite, entre outras. Nesses casos, a identificação da doença é realizada por exames de cultura, método imunoenzimático para detecção de anticorpos IgM (ELISA-IgM) e microaglutinação (MAT).
O tratamento em casos leves de leptospirose é realizado com antibióticos, como doxiciclina ou penicilina. Pacientes com infecções graves precisam de internação em um período de algumas semanas a meses e devem receber antibióticos por via intravenosa. Dependendo de quais órgãos a doença afeta, a terapia pode incluir ventiladores, diálise e hidratação intravenosa.
A prevenção da leptospirose pode ser realizada a partir de precauções simples. A água consumida deve vir de fontes limpas e seguras. O contato com a água de inundação deve ser evitado.
O uso de roupas — como sapatos e luvas — e óculos de proteção ao ter contato com animais na água, no solo ou na lama é imprescindível. Quaisquer feridas na pele devem estar protegidas com um curativo à prova d’água.
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Fonte: Ministério da Saúde.