Contágio por covid-19 por meio de alimentos é baixo, afirma FDA

16 de março de 2021 4 mins. de leitura
Comunicado de órgãos de alimentação e agricultura norte-americanos reiterou que não há evidências de contágio por esse meio

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Um comunicado conjunto da Food and Drug Administration (FDA) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), órgãos equivalentes à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao Ministério da Agricultura, deu fim a uma dúvida que muitas pessoas em todo o mundo tinham desde o início da pandemia de covid-19: é possível ser infectado por uma comida ou pela embalagem de um alimento? 

De acordo com a nota assinada pela comissária da FDA, Janet Woodcock, os dados epidemiológicos e as experiências científicas realizadas até o momento não demonstram qualquer evidência de que os alimentos ou suas embalagens possam ser vetores de transmissão do vírus causador da covid-19 em humanos. A doutora em Medicina também escreveu que há consenso internacional nesse sentido: “Considerando os mais de 100 milhões de casos de covid-19, nós não vimos evidências epidemiológicas de que comida ou embalagens de comida sejam fonte de transmissão do Sars-CoV-2 para humanos”. 

O Sars-CoV-2 já causou mais de 2,5 milhões de mortes em todo o mundo (Fonte: Wikimedia Commons)
Sars-CoV-2 já causou mais de 2,5 milhões de mortes em todo o mundo. (Fonte: Wikimedia Commons)

Pode haver traços, mas não transmissão

Em um trecho do comunicado, a FDA reconhece que alguns estudos detectaram o vírus em alimentos e embalagens, mas diz que tais experiências focavam detectar os rastros genéticos do vírus, não em encontrar evidências de sua transmissão para humanos por esse meio. Woodcock pondera que o número de partículas do vírus que poderiam, teoricamente, ser pegas ao tocar uma superfície seria muito pequeno.

Em contrapartida, a quantidade necessária para um humano ser infectado por via oral é muito alta. Dessa maneira, a probabilidade de contrair a doença ao pegar um pacote ou uma caixa de comida é considerada extremamente baixa pelos especialistas. O comunicado reitera que essa conclusão é amparada pelos dados mais atualizados da epidemia e por um consenso científico internacional sobre o assunto. 

O órgão também cita um artigo recente da International Commission on Microbiological Specifications for Foods (ICMSF), uma respeitada entidade de segurança alimentar: “apesar de bilhões de refeições e embalagens de comida manipuladas desde o início da pandemia de covid-19, até o momento não há qualquer evidência de que comida, embalagens de comida ou manipulação de comida sejam uma fonte ou uma importante rota de transmissão do Sars-CoV-2 resultando em covid-19″.

As embalagens de alimentos, como as de delivery, oferecem risco mínimo de contaminação, segundo a FDA (Fonte: Unsplash)
Comida e seus pacotes, como os de delivery, oferecem risco mínimo de contaminação pelo Sars-CoV-2, segundo a FDA. (Fonte: Unsplash)

Uma preocupação a menos 

Além de ser amparada por dados e experiências, a lógica faz sentido quando se analisa que a covid-19 é uma doença respiratória com transmissão de pessoa para pessoa, portanto é diferente de enfermidades como a hepatite A, que também são causadas por vírus, mas contraídas por meio de comida contaminada.

Em vista dessas evidências, a conclusão da FDA e do USDA é que os consumidores podem ficar tranquilos em relação aos alimentos que consomem e às embalagens que tocam. Desse modo, a preocupação excessiva em higienizar pacotes e caixas ao chegar do mercado ou receber um delivery seria exagero; de acordo com especialistas, higienizar as mãos da forma correta já é suficiente. Isso significa uma preocupação a menos em meio a uma pandemia que já vitimou mais de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo e mais de 250 mil só no Brasil até o fim de fevereiro.

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Fonte: Food and Drug Administration, Estadão Saúde.

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