Deltacron: o que já se sabe da variante que chegou ao Brasil

16 de março de 2022 4 mins. de leitura
Entenda o que é a deltacron, nova variante da covid-19, que foi detectada no Brasil

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Desde a distribuição das primeiras vacinas, a luta contra a covid-19 consiste em uma “corrida contra o tempo”: é vital imunizar as pessoas antes de surgir novas variantes. É por isso que a notícia do surgimento da deltacron alarmou todo o mundo, inclusive o Brasil, que notificou seus primeiros casos na manhã desta terça-feira (15).

Confira aqui o que já se sabe sobre a variante e se a nova manifestação do Sars-CoV-2 deve preocupar o País.

Saiba o que é a deltacron

A deltacron é uma variante que combina características da delta e da ômicron. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

A deltacron é uma nova variante do vírus Sars-CoV-2, responsável por causar a covid-19. Ela é formada por uma combinação das variantes delta e ômicron, o que poderia apontar para uma cepa ainda mais transmissível e letal.

França (Europa) e Chipre (Oriente Médio) foram os primeiros países a identificar a deltacron, no início deste ano. Antes disso, um estudo publicado por pesquisadores holandeses em fevereiro já havia levantado a hipótese de que a formação da deltacron estivesse circulando na Dinamarca, na França e na Holanda, mas os resultados não foram conclusivos.

No caso dos cipriotas, o processo foi dirigido por cientistas da Universidade de Chipre, que haviam identificado até o dia 24 de janeiro cerca de 25 pessoas infectadas pela variante. Algumas delas estavam internadas, outras não.

Na França, o diagnóstico foi feito pelo L’Institut Hospitalo-Universitaire Méditerranée Infection (IHU), localizado em Marselha. Em um estudo publicado em 8 de março, os cientistas apontaram a existência de três casos em que foi possível mapear geneticamente um arranjo preocupante: a espinha dorsal da variante delta com a proteína spike da variante ômicron. 

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Entenda como a deltacron afeta o Brasil

O anúncio dos casos de deltacron impactou a bolsa brasileira. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
O anúncio dos casos de deltacron impactou a bolsa brasileira. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Na manhã do dia 15 de março, o Ministério da Saúde (MS) brasileiro notificou dois casos, um no Amapá e outro no Pará. Isso acende o alerta sobre a nova variante no País. 

Há elementos que fazem crer que a deltacron não terá a mesma dimensão das formas anteriores. Ela parece ser circunscrita, com poucos casos, e chega ao Brasil em um momento em que a vacinação já avançou de modo significativo. O paciente amapaense, por exemplo, contava com duas doses da vacina e teve apenas sintomas leves.

Esse parece ser um fator importante para conter a doença no País. Nas últimas 24h, do dia 15, 171 pessoas faleceram, segundo o MS, o que é um número bastante inferior ao que se via há alguns meses. Além disso, deve entrar na conta o fato de que alguns cientistas tenham colocado sob suspeita os métodos dos estudos que descobriram a deltacron. 

Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha confirmado as pesquisas, eles alegam que o sequenciamento característico do que seria a nova variante aparece de modo aleatório no mapa genético do vírus, o que indicaria um problema de contaminação que é comum nas análises laboratoriais.

Seja como for, o anúncio do MS impactou o Brasil. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, caiu mais de 2 mil pontos das 10h às 11h, no dia 15 de março de 2022.

Quer saber mais? Assista aqui à opinião e à explicação de nossos parceiros especialistas em Saúde.

Fonte: Catraca Livre, Medical News Today, Git Hub, Artigo IHU – Méditerranée Infection, Health Line.

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