Comemorada no dia 9 de junho, a data existe para relembrar a importância da prevenção de doenças, mesmo em tempos de pandemia
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Embora ainda não existam vacinas contra a covid-19 (há pesquisas em diversos locais do mundo e expectativas de lançamento entre o final de 2020 e o início de 2021), existe uma infinidade de outras doenças que podem ser prevenidas graças à imunização.
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Como já analisamos no site do Summit Saúde Estadão, as vacinas salvam vidas há mais de 200 anos e podem ser consideradas uma das principais responsáveis pelo aumento da expectativa de vida da população nos últimos séculos.
Com campanhas de imunização em massa, foi possível erradicar completamente doenças de territórios inteiros, como é o caso da poliomielite no Brasil. Exatamente por isso, autoridades da Saúde pedem a continuidade desses esforços, mesmo durante a pandemia.
“A história nos mostrou que após guerras ou epidemias, se permitirmos grandes lacunas na cobertura da imunização, doenças preveníveis por vacinação – como poliomielite e sarampo – podem ressurgir”, afirma Carissa F. Etienne, diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
Dessa maneira, a OPAS está orientando os países a continuar em suas campanhas de vacinação — com os devidos cuidados para evitar o contágio pelo Sars-CoV-2, é claro — sob pena de perder décadas de esforços na erradicação de doenças.
Segundo a entidade, a prioridade deve ser a imunização de pessoas idosas, profissionais da Saúde e pessoas que estejam vulneráveis a outras doenças respiratórias, como a gripe influenza, que podem ser ainda mais graves durante a pandemia da covid-19.
A diretora afirma que a OPAS está à disposição das autoridades de saúde local para auxiliar nesses esforços: “Estamos treinando profissionais da Saúde e educando comunidades. Trabalhamos mais do que nunca para garantir que essa pandemia não comprometa os serviços vitais de imunização”, afirma Etienne.
Quem também defende a continuidade das campanhas de vacinação é a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai. “Dá para ir a pé, usar máscara, carregar o seu álcool em gel, com os cuidados de não encostar nas superfícies sem motivo”, afirmou a especialista à Agência Brasil.
Em virtude do Dia da Imunização, em 9 de junho, o órgão vai lançar uma cartilha sobre vacinação em tempos de covid-19 em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O objetivo é orientar médicos, enfermeiros e outros profissionais que trabalham em postos de vacinação nas condutas necessárias para manter as campanhas em segurança. O material ficará disponível para download gratuito após um webinar organizado pelas três entidades, no dia 13.
Além disso, a SBIm lançará uma campanha para conscientização do público em geral nas redes sociais, com o mote “Vacinação em dia, mesmo na pandemia”. Em março, logo após a covid-19 ter sido considerada uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde, a SBIm lançou uma cartilha sobre vacinação de crianças.
Segundo Ballalai, a imunização no Brasil está abaixo da ideal, para diversas doenças. Como exemplo, ela cita a poliomielite, que estava com cobertura de 80% no Brasil, ainda antes do isolamento social, quando o ideal seria 95%. Mesmo que a doença esteja erradicada no país desde 1974, é possível ela retornar à medida que a circulação de pessoas entre os países volte ao normal. Outras enfermidades, como o sarampo e a febre amarela, já estão começando a circular no Brasil. A vacinação é a melhor estratégia para que isso não ocorra.
O retorno de outras doenças que poderiam ser prevenidas é uma preocupação comum em epidemias, a medida que a imunização fica em segundo plano. Como exemplo, Ballalai cita o surto do vírus ebola, que ocorreu na África, em 2013. Segundo ela, enfermidades como a malária ou tuberculose — que poderiam ser evitadas com vacinas — mataram mais gente do que o próprio ebola.
Nesse contexto, a vacinação deve ocorrer junto à prevenção da pandemia, sob pena de impactos ainda mais graves no sistema de saúde dos países atingidos. “Se os países não fizerem isso, o impacto em nossos sistemas de saúde levará meses ou até anos para ser revertido”, afirma a diretora da Organização Pan-Americana de Saúde.
A vice-presidente da SBIm destaca também que o Brasil é um dos únicos países do mundo a contar com programas de vacinação em escala nacional. As vacinas previstas no Programa Nacional de Imunização previnem cerca de 20 doenças. Segundo informações divulgadas pela Agência Brasil, há 36 mil postos de vacinação em todo o Brasil.
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Fontes: Organização Panamericana de Saúde, Sociedade Brasileira de Imunizações e Agência Brasil.