Organização Mundial da Saúde já classificou 20 doenças tropicais negligenciadas (DTN)
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Os níveis de pobreza estão diretamente relacionados a maiores ocorrências de casos de doenças tropicais negligenciadas (DTN). Consequentemente, os países mais atingidos por essas condições são os que apresentam os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH).
Atualmente, o Brasil está na 84ª posição do ranking mundial do IDH (que comporta 189 países) e concentra grande parte das DTNs compiladas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As regiões mais afetadas são o Norte e o Nordeste, que também têm o menor IDH geral.
Tais doenças são consideradas negligenciadas devido à falta de investimento para o desenvolvimento de novas medicações e vacinas, além de terem programas de controle relacionados com baixa eficácia.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), as doenças mais presentes em solo brasileiro são:
De acordo com um artigo do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do Ministério da Saúde, publicado em 2010 na Revista de Saúde Pública, os investimentos em pesquisa são orientados pela Agenda Nacional de Pesquisa em Saúde (ANPPS), que conta com linhas de pesquisa relacionadas às doenças negligenciadas, especialmente as transmissíveis.
Os primeiros passos foram dados pelo Ministério da Saúde (MS) em 2003, com o lançamento de um edital sobre tuberculose, seguido por um de dengue em 2004 e um de hanseníase em 2005. Já em 2006, ocorreu a primeira oficina com foco na priorização das doenças negligenciadas, e assim foi dado início ao Programa de Pesquisa e Desenvolvimento em Doenças Negligenciadas no Brasil, em parceria do MS com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
Em 2008, foi realizada uma nova oficina em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). Então, a partir de dados epidemiológicos, demográficos e análises de impacto da doença, o ranking de priorização das enfermidades ficou da seguinte forma:
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Em janeiro de 2021, começou a valer um novo roteiro feito pela OMS com foco no combate às 20 doenças tropicais negligenciadas que afetam mais de 1 bilhão de pessoas no mundo. O documento propõe novos métodos que visam erradicar as doenças até 2030.
Para isso, serão colocadas em práticas ações com foco em plataformas integradas, capazes de melhorar a eficácia e a cobertura dos programas humanitários e de saúde. O roteiro foi projetado para suprir lacunas relacionadas às diferentes doenças.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), a pandemia de covid-19 agravou essas enfermidades. Além disso, a situação pandêmica diminuiu a vigilância epidemiológica para as DTNs.
Com a perda dos dados, também é difícil definir políticas públicas de saúde compatíveis com a realidade. Isso aumenta o risco do surgimento de novas epidemias, uma vez que não se sabe a atual magnitude dos casos de DTNs.
Dessa forma, não se pode minimizar o impacto desse cenário na economia, já que os indivíduos doentes precisam abandonar as funções produtivas e geram despesas com internações, medicamentos e apoio social.
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Fonte: Scielo, Organização Pan-Americana de Saúde, Médicos Sem Fronteiras, Universidade Federal de Uberlândia, OMS.