Em Paradise (Califórnia), a água contaminada se tornou tóxica para as pessoas
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Os incêndios florestais, sejam eles naturais, sejam queimadas provocadas por humanos, acontecem com mais frequência no verão, quando o tempo fica mais seco, quente e com ventos — o que potencializa a possibilidade de o fogo se espalhar. Os incêndios podem afetar a fauna e a flora locais, expulsando animais da região e destruindo as vegetações nativas.
Um caso que aconteceu nos Estados Unidos está mostrando outro problema que pode aparecer depois que o fogo já está apagado. A situação aconteceu na cidade de Paradise (Califórnia), onde um incêndio florestal durou cerca de duas semanas e deixou 85 pessoas mortas e muitas fora de casa. O incidente se tornou uma das calamidades florestais mais mortais e destrutivas da região estadunidense.
Após acreditarem que poderiam retornar para casa, as pessoas se depararam com um novo problema: a água da região estava contaminada.
As testagens feitas na região mostraram que a água estava com elevado nível tóxico de benzeno, uma substância cancerígena presente no sistema de água potável da cidade. A partir disso, foi feita uma investigação para descobrir as causas e entender quais os outros tipos de contaminação a água pode apresentar.
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As investigações feitas na água contaminada de Paradise mostraram outras substâncias que estavam tornando a água tóxica. Os mais comuns foram os compostos orgânicos voláteis (COVs), entre eles benzeno, naftaleno, estireno, tolueno e xileno.
Todos os índices apresentavam números muito acima dos padrões da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. Por exemplo, os níveis de benzeno estavam em 2.217 microgramas por litro (µg/L), valor muito acima dos 200 µg/L aceitos e entendidos como seguros pela agência estadunidense.
Ao que tudo indica, os causadores da contaminação são os tubos das linhas de serviço que servem para transportar a água de uma adutora para os medidores de água e depois para os edifícios. De acordo com o levantamento, essas tubulações ficam em posições superficiais no solo, por isso sofrem mais diretamente os efeitos do calor dos incêndios e, como são feitas de plástico, como cloreto de polivinila (PVC) e polietileno de alta densidade (HDPE), podem derreter.
Em análise laboratorial, o pesquisador Andrew Whelton descobriu que o derretimento dos canos e o superaquecimento das estruturas de plástico das tubulações podem ser agentes de contaminação, visto que acabam liberando os COVs diretamente na água que passa pelos canos.
Após afetar aquela parte específica do sistema, os COVs conseguem se espalhar para as outras tubulações não danificadas e, dessa forma, afetar todo o sistema de água potável da região.
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Fonte: Chemical & Engineering News, Governo do Estado do Tocantins