Alterações na taxa de câmbio e alta demanda fizeram com que preços tivessem constantes acréscimos durante a pandemia
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Após os preços dos medicamentos vendidos para os hospitais terem subido em 16,4% durante os primeiros cinco meses da pandemia de covid-19, segundo o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), o Brasil voltou a ter um recuo no mês de setembro na casa de 2,48%.
De acordo com a pesquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e pela Bionexo, a queda foi impactada, sobretudo, pela redução de valores dos remédios relacionados ao aparelho cardiovascular, sistema nervoso e preparados hormonais sistêmicos. Os decréscimos foram de 8,92%, 4,68% e 4,43%, respectivamente.
De maneira geral, o resultado apresentado pelo IPM-H manteve-se abaixo da inflação oficial do país, que teve crescimento registrado de 0,64%, medida pelo IPCA/IBGE, e também do comportamento dos preços medido pelo IGP-M/FGV, com aumento de 4,34%.
Enquanto o contágio da covid-19 subia expressivamente em todo território nacional na primeira metade de 2020, a urgência por remédios que cumprissem a função de analgesia, anestesia, suporte respiratório e suporte vital resultou na crescente dos preços no setor medicamentoso.
Na época, os preparados hormonais sistêmicos e do sistema musculoesquelético, que são utilizados para o tratamento de pacientes dentro das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), também sofreram aumento considerável de 21,8% e 18,2%.
A pandemia gerou um aumento de preço no valor não só dos medicamentos destinados ao tratamento de pacientes com covid-19, como também teve forte impacto no setor relacionado à saúde mental. Com o aumento das medidas de isolamento social, as mazelas financeiras e o desemprego, os remédios psiquiátricos tiveram um crescimento de demanda.
Segundo o relatório feito pela consultoria IQVIA a pedido do Conselho Federal de Farmácia (CFF), houve um crescimento de 14% na venda de antidepressivos e estabilizadores de humor durante os meses de janeiro a julho de 2020, em comparação com o mesmo período em 2019.
Em termos comparativos, as unidades vendidas observaram um salto expressivo de 56,3 milhões, em 2019, para 64,1 milhões, em 2020.
No Brasil, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) é o órgão governamental, composto com membros de diversas pastas do governo, responsável por definir a variação de preços de medicamentos dentro do País.
Entre os fatores levados em consideração para a realização dos ajustes financeiros estão:
Além disso, também é levado em consideração no cálculo a taxa de participação dos medicamentos genéricos no mercado, que determina a competitividade das vendas. Portanto, quanto mais remédios genéricos estiverem presentes nas prateleiras farmacêuticas, menores são os ganhos de cada empresa e maiores são os repasses inflacionários ao consumidor, que precisa desembolsar mais para realizar a aquisição.
Por fim, o órgão também monitora a situação de variação cambial e os índices de preços da energia elétrica brasileira. A política interna do CMED visa combater as práticas de preços abusivos dentro do setor farmacêutico e evitar que ocorra reajustes não autorizados.
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Fontes: Medicina S.A, Saúde Brasil Net, CFF, Agência Brasil, Shutterstock.