Qual é o impacto do sono na doença pulmonar obstrutiva crônica?

2 de setembro de 2022 4 mins. de leitura
Repouso adequado pode reduzir a chance de desenvolver a doença

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A má qualidade do sono tem sido relacionada a uma gama de complicações, como alterações no sistema imunológico, maior propensão a desenvolver problemas cardíacos e até mesmo psicológicos.

Segundo o Fórum Econômico Mundial, cerca de 49% das pessoas pelo mundo sentem que não repousam adequadamente, e os impactos a longo prazo podem ser ainda maiores em grupos de indivíduos afetados por condições de saúde prévias.

Um novo estudo identificou como as más noites de sono estão associadas a um maior risco de morte em pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), a qual tem como principais causadores o tabagismo e a transmissão genética.

A exposição a poluentes ou mesmo a vírus também são agentes que podem vir a contribuir para o surgimento dessa enfermidade no organismo, principalmente em pessoas com a imunidade comprometida — o que reforça o papel de bons hábitos na manutenção da saúde.

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Sono impacta na ocorrência de crises respiratórias em portadores da doença pulmonar obstrutiva crônica. (Fonte: Pexels/Reprodução)

Sobre o estudo

Além da manifestação da falta de ar, é recorrente a presença de bronquite crônica na DPOC. Ela progride lentamente comprometendo cada vez mais o pulmão, exigindo tratamento contínuo.

Pesquisadores já vinham notando que pessoas com essa condição apresentam também algum tipo de distúrbio ao dormir, reforçando a necessidade de entender melhor essa relação e em qual medida a qualidade das horas dormidas estaria envolvida nisso.

Observar como os pacientes dormem, portanto, mostrou-se essencial para a busca de novas informações. O estudo realizado pelo National Institutes of Health (NIH), publicado no SLEEP, jornal oficial da Sleep Research Society (SRS), acompanhou a rotina de 1647 pacientes inscritos no programa de subpopulações, sendo todos eles fumantes ou ex-fumantes que apresentavam a condição.

Segundo Aaron Baugh, principal autor do estudo, o essencial não era saber por quantos anos os pacientes fumaram, mas sim entender mais do repouso noturno deles.

A partir disso, durante três anos, pesquisadores acompanharam a rotina do grupo, registrando tanto os episódios de crise respiratória quanto a qualidade do sono relatada.

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Dificuldade para dormir pode impactar tanto nas atividades do dia a dia quanto na predisposição para desenvolver alguma enfermidade. (Fonte: Pexels/Reprodução)

Resultados reveladores

A análise levou em consideração a duração do sono e a dificuldade para dormir ao longo do período. Os resultados mostraram como o risco de um indivíduo apresentar novos episódios foi reduzido após um ano de acompanhamento, evidenciando o caráter preditivo do repouso à noite.

Além disso, os participantes que tiveram uma melhor qualidade de sono, ainda que no limiar entre uma qualidade inferior, apresentaram o risco de 25% de chances para desenvolver a DPOC no ano seguinte. Já para o grupo que não teve repouso minimamente adequado, o risco foi de 95%, um valor significativamente maior.

Ainda segundo Baugh, esse estudo também se mostra importante para a compressão do mecanismo da doença, reforçando a necessidade de que mais pesquisas sejam conduzidas futuramente para saber se, além de reduzir a recorrência de novas crises, a melhor qualidade do descanso noturno também estaria relacionada ao tratamento da DPOC, impactando nas intervenções.

Quer saber mais? Assista aqui à opinião e à explicação dos nossos parceiros especialistas em Saúde.

Fonte: Fórum Econômico Mundial, Fórum Econômico Mundial, Science Daily

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