Sequelas são mais comuns em obesos recuperados da covid-19

5 de julho de 2021 3 mins. de leitura
Pacientes acima do peso têm risco de internação 30% maior após a fase aguda da doença

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De acordo com um estudo publicado na revista Diabet, Obesity and Metabolism, pessoas com obesidade moderada ou grave que se recuperaram da covid-19 têm um risco maior de sofrer complicações relacionadas à doença a longo prazo.

A investigação, que foi conduzida por pesquisadores da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, utilizou como base estudos anteriores que indicavam a comorbidade como fator de risco para o agravamento da covid-19. 

Associado a maiores ameaças de doenças pulmonares, cardiovasculares e coágulos sanguíneos, o distúrbio enfraquece o sistema imunológico, abrindo caminho para o novo coronavírus. Com isso, os pacientes obesos têm mais chance de serem hospitalizados, necessitando de terapia intensiva e suporte ventilatório.

A gordura excessiva pode ser evitada com hábitos mais saudáveis. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
A gordura excessiva pode ser evitada com hábitos mais saudáveis. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

De acordo com o diretor do Instituto Bariátrico e Metabólico da Cleveland Clinic e principal autor da pesquisa, Ali Aminian, é a primeira vez que um estudo sugere que pessoas com obesidade de moderada a grave são mais propensas a “desenvolver complicações de longo prazo de covid-19, além da fase aguda”. 

Comparando os dados

O estudo teve como base a análise de um banco de dados de pacientes que testaram positivo para o Sars-CoV-2 registrado no sistema da Cleveland Clinic. Essas pessoas deram entrada no serviço de saúde entre março e julho de 2020 e foram acompanhadas até janeiro deste ano.

A equipe avaliou três indicadores que possivelmente estariam associados às complicações a longo prazo da doença. Admissão hospitalar, mortalidade e necessidade de realizar exames médicos foram os fatores analisados, desde que eles tivessem ocorrido 30 dias ou mais após a data do diagnóstico.

Os pacientes com maior IMC foram os que mais precisaram de internação e exames. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Os pacientes com maior IMC foram os que mais precisaram de internação e exames. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Mais de 5 mil pacientes com tais indicadores foram divididos em cinco grupos, levando em conta o índice de massa corporal (IMC) com a seguinte divisão: 

  • pacientes com IMC normal (18,5 a 24,9);
  • sobrepeso (IMC de 25 a 29,9);
  • obesidade leve (IMC de 30 a 34,9);
  • moderada (IMC de 35 a 39,9);
  • mórbida (IMC de 40 ou mais).

Usando o grupo do IMC normal como referência, os pesquisadores descobriram que 44% dos participantes foram internados após a fase aguda da covid-19, e 1% deles morreu. A análise mostrou ainda que a internação foi 28% e 30% maior nas pessoas com obesidade moderada e grave, respectivamente.

Sequela pós-aguda da infecção

A realização de testes para avaliar diferentes condições de saúde também foi maior nesses grupos. Aqueles com IMC de 35 a 39,9 fizeram 25% mais exames, enquanto nas pessoas com obesidade mórbida, o índice foi 39% superior.

O estudo descobriu ainda que os exames para avaliar problemas pulmonares, renais, cardíacos, vasculares, gastrointestinais e de saúde mental foi “significativamente maior” nos sobreviventes com IMC de 35 ou mais.

Além disso, as investigações levaram à descoberta da sequela pós-aguda da infecção por covid-19 (PASC), que, segundo os pesquisadores, é uma condição comum nos sobreviventes da doença. Agora, eles planejam novas pesquisas para confirmar os achados e determinar um acompanhamento mais rigoroso e longo para os pacientes obesos.

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Fonte: ScienceDaily, Diabets, Obesity and Metabolism, Cleveland Clinic.

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