Uso indevido de hormônios sintéticos pode trazer consequências graves para a saúde
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O fenômeno das academias de musculação veio para ficar. O incentivo a um estilo de vida saudável, impulsionado por influenciadores e atletas nas redes sociais, gerou no Brasil e no restante do mundo uma demanda alta por exercícios físicos e, consequentemente, por academias de ginástica.
Para se ter uma ideia, o Brasil apresenta hoje o segundo maior percentual mundial de pessoas matriculadas em academias de ginástica, o que representa cerca de 21% da população do País. Só a rede low cost Smart Fit já soma mais de 3 milhões de clientes, e esses números não param de crescer.
Porém, nem tudo são flores. Juntamente com o aumento da demanda por saúde, também vieram exageros associados à melhora de desempenho esportivo e estético. Nesse processo, o uso de anabolizantes e outras drogas, muitas vezes ilegais, ganhou espaço dentro das academias e criou um mercado duvidoso e relevante no Brasil.
Os impactos disso já começaram a ser sentidos no sistema de saúde brasileiro, e os danos podem ser gigantescos.
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Em poucas palavras, o anabolismo pode ser definido como o processo de construção de massa muscular e outros tecidos no corpo. Já o catabolismo é o inverso, causando a destruição de células.
Portanto, os anabolizantes podem ser descritos como substâncias que facilitam esse processo de construção de tecidos no corpo, especialmente o muscular. Algumas substâncias são lícitas e seguras se consumidas na dosagem correta e com acompanhamento médico, como é o caso de suplementos e alimentos que ajudam o corpo a sintetizar testosterona e outros hormônios de forma natural.
Contudo, na busca incessante por aumento de massa muscular e desempenho esportivo, diversos atletas passaram a aplicar hormônios sintéticos, conhecidos como esteroides anabolizantes, diretamente no corpo para conquistar resultados maiores e mais rápidos.
Dentre os hormônios mais utilizados, podemos citar:
Existem também hormônios para outros animais que são usados por fisiculturistas e atletas amadores. É o caso da trembolona, que tem a função de aumentar o peso de animais de abate e cavalos. Em humanos, apesar de os resultados musculares acontecerem, os danos à saúde podem ser imensos.
Como foi citado anteriormente, a maior parte dos anabolizantes tem a função de combater doenças, problemas de crescimento e disfunções hormonais. Por isso, são controlados e necessitam de prescrição médica.
Porém, se usadas de maneira errada e em dosagens muito altas, essas substâncias podem gerar efeitos colaterais. Em alguns casos são problemas mais simples, como:
No entanto, o uso contínuo em doses exageradas pode causar doenças graves, entre elas:
Por isso, é sempre bom reiterar que os medicamentos visam tratar determinadas doenças especificamente e que seu uso deve ser feito somente com acompanhamento médico.
Em abril deste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu que médicos prescrevam esteroides anabolizantes para fins estéticos. A ideia é que haja uma diminuição considerável nos abusos de hormônios e uma fiscalização mais rigorosa.
Porém, certos setores não concordaram com a decisão. Alguns representantes dos competidores de fisiculturismo, também conhecidos como bodybuilders, alegam que o esporte exige o uso desse tipo de substância e que a proibição pode prejudicar os atletas brasileiros em palcos internacionais.
Fontes: O Tempo, Suno Notícias, Tua Saúde, Mundo Boa Forma, Saúde.gov