Covid-19 aumenta risco de morte em gestantes, mostra estudo

A infecção por coronavírus em qualquer etapa da gravidez pode comprometer a saúde da mãe e do bebê. É o que indica uma pesquisa publicada no The BMJ Global Health, um dos periódicos mais conceituados do Reino Unido. Segundo o estudo, a condição aumenta o risco de morte materna, pneumonia, doença tromboembólica, internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e encaminhamento para ventilação mecânica.

Bebês de mães infectadas, por sua vez, têm maior probabilidade de nascer prematuros ou ser encaminhados para uma UTI neonatal. Ainda assim, correlações entre a doença e danos ao feto antes ou durante a 28ª semana de gestação estão descartadas, diferentemente do que outras revisões haviam mencionado.

Estudo avaliou dados de 13 mil mulheres

Na meta-análise divulgada em janeiro de 2023, pesquisadores analisaram 12 artigos publicados na área, contendo informações de 13 países: Suécia, Itália, Espanha, Estados Unidos, Turquia, República Democrática do Congo, África do Sul, Uganda, Quênia, Nigéria, Gana, Hong Kong e China.

Foram analisados dados particulares de mais de 13 mil grávidas com suspeita ou confirmação de covid-19. A baixa imunidade das mulheres durante a gestação e a alta vulnerabilidade a vírus respiratórios como o Sars-CoV-2 já eram fatores conhecidos. A partir das novas descobertas, os autores pretendem reforçar a importância de iniciativas globais para melhorar o acesso a métodos preventivos e terapêuticos seguros ao longo da gravidez.

O documento ressaltou, entretanto, que ainda serão necessários esforços para que existam avanços em cuidados clínicos e estratégias de gerenciamento de gestantes infectadas e recém-nascidos.

A importância do pré-natal

Pesquisas como essa enfatizam a importância do acompanhamento médico durante a gestação. Além de identificar problemas como hipertensão arterial, diabete e anemias, capazes de comprometer a saúde da mãe e da criança, o pré-natal oferece o suporte necessário em casos de infecção.

Um artigo publicado no periódico Cadernos de Saúde Pública mostra que o Brasil tem alta cobertura de apoio gestacional, que chega a 98%. A maior parte dos atendimentos (89,6%) é feita em Unidades Básicas de Saúde (UBS), sendo que 75,8% das mulheres iniciam o acompanhamento antes da 16ª semana de gravidez.

Fonte: Cadernos de Saúde Pública – Assistência pré-natal no Brasil, BMJ – Adverse maternal, fetal, and newborn outcomes among pregnant women with SARS-CoV-2 infection: an individual participant data meta-analysis, Ministério da Saúde – A importância do pré-natal