Escala de Glasgow: o que é e para que serve

18 de março de 2022 4 mins. de leitura
Avaliação analisa o nível de consciência e de comprometimento cerebral em pacientes

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Em um serviço de urgência e emergência, a avaliação do paciente começa antes mesmo do exame clínico ou do diagnóstico por imagem. Para conhecer a situação geral de quem precisa de atendimento, além de monitorar as atividades cardíaca e respiratória, é importante verificar o nível de consciência, e para isso normalmente utiliza-se a escala de Glasgow. 

O que é a escala de Glasgow?

Escala de Glasgow é usada em casos de trauma encefálico. (Fonte: Sorn340 Studio Images/Shutterstock/Reprodução)

A escala de Glasgow é um instrumento clínico que analisa o nível de consciência do paciente. É muito usada em situações que apresentam risco de lesão cerebral aguda, como em traumas encefálicos.

É um método rápido, seguro e eficaz, útil para criar parâmetros de avaliação, facilitar a comunicação entre equipes de saúde e sugerir prognósticos, já que os níveis de consciência podem coincidir com graus de comprometimento neurológico.

Os três principais eixos de avaliação para a definição da escala de Glasgow são abertura ocular, resposta verbal e resposta motora. Com base na evolução do paciente em cada um desses fatores, a equipe médica é capaz de identificar o nível de consciência.

Evolução

Para dar conta da evolução clínica de pacientes, o método foi aprimorado. Desde sua primeira formulação, em 1947, quando Graham Teasdale e Bryan Jennett publicaram a ideia na revista The Lancet, foram feitos ajustes nos critérios de avaliação da escala.

Um dos exemplos recentes é a introdução da resposta pupilar, realizada em 2018. Ao observar esse elemento com mais centralidade, é possível não só analisar o paciente com mais qualidade, mas também ter condições mais precisas de perceber o prognóstico de cada quadro.

Desde então, a escala de Glasgow é conhecida como escala de coma de Glasgow com resposta pupilar (ECG-P). Assim, o sistema desenvolvido no Instituto de Ciências Neurológicas de Glasgow há décadas incorpora elementos de evidências médicas recentes.

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Os indicadores da escala de Glasgow

Introdução da resposta pupilar dá mais condições de realizar o prognóstico da situação do paciente. (Fonte: Image Point Fr/Shutterstock/Reprodução)

A nova escala permite resultados que vão de 1 a 15, passando por abertura ocular, respostas verbal e motora. Ao fim da avaliação, o profissional deve somar o indicador correspondente às percepções a seguir.

Abertura ocular

  • 4. espontânea
  • 3. quando estimulado pela voz
  • 2. quando estimulado pela dor
  • 1. ausente
  • 0. não aplicável (edema ou hematoma que impossibilita a abertura dos olhos)

Resposta verbal

  • 5. orientada
  • 4. confusa
  • 3. apenas palavras
  • 2. apenas sons ou gemidos
  • 1. sem resposta
  • 0. não aplicável (pacientes intubados)

Resposta motora

  • 6. obedece a ordens
  • 5. localiza a dor e/ou o estímulo
  • 4. flexão normal
  • 3. flexão anormal
  • 2. extensão anormal
  • 1. ausência de resposta

Resposta pupilar

  • 0. bilateral
  • -1. unilateral
  • -2. inexistente

Somando esses fatores, porém subtraindo a resposta pupilar, o total revela a seguinte avaliação do estado de consciência e possíveis lesões:

  • entre 13 e 15 — comprometimento leve ou inexistente;
  • entre 9 e 12 — comprometimento moderado;
  • entre 3 e 8 — comprometimento grave (indicação de intubação orotraqueal);
  • menor do que 3 — estado de coma (indicação de intubação orotraqueal).

A escala de Glasgow é um ótimo instrumento para avaliar o estado de pacientes que demandam atendimento de urgência e emergência. Vale a pena memorizar cada categoria.

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Fonte: SanarMed, The JNS, Iespe, Tua Saúde.

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