Segundo estudo, presença de farmacêuticos em hospitais está diretamente ligada à redução das taxas de mortalidade e ao controle de infecções
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Em 2019, o Ministério da Saúde anunciou que o Brasil rumava a 14% de taxa de infecção hospitalar entre todas as internações no país, que é um dos maiores problemas enfrentados por profissionais da saúde e cujo controle é imprescindível para garantir a qualidade dos serviços ofertados à população.
Na época, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegou a liberar um comunicado indicando que o simples ato de médicos e enfermeiros higienizarem as mãos seria de grande eficácia para diminuir o número de casos.
Porém, existe um outro fator que pode causar grande impacto no controle das infecções hospitalares: a presença de farmacêuticos no corpo de profissionais das instituições.
De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as infecções hospitalares matam cerca de 45 mil brasileiros por ano. Também conhecida como Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (Iras), essa complicação pode estar relacionada a doenças graves, intervenções médicas cirúrgicas e complicações a elas associadas.
A Iras se tornou um problema tão grande para o Brasil que em 1997 a Câmara Legislativa aprovou a Lei n. 9.431, que determina a obrigatoriedade da existência de uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e de um Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) dentro dos hospitais.
Essas infecções ocorrem, em sua maioria, pela propagação de microrganismos e colonização em pacientes e são facilitadas pelo uso indiscriminado e inadequado de antibiótico e pelos maus hábitos higiênicos de alguns profissionais de saúde.
Portanto, ter um profissional de saúde com conhecimentos assertivos para controlar a situação torna-se uma real necessidade no cotidiano dos hospitais.
Como o principal inimigo a se enfrentar no controle de infecções nos hospitais são os microrganismos resistentes, a presença de um farmacêutico com conhecimento em antimicrobianos no corpo médico é fundamental para auxiliar na escolha de germicidas para uso hospitalar.
O farmacêutico hospitalar deve participar ativamente na escolha dos antimicrobianos e dos agentes antissépticos, desinfetantes e esterilizantes a serem padronizados por toda a instituição, além de poder atuar em cursos e treinamentos para o restante da equipe, disseminando conhecimento e criando mecanismos de resposta imediata dentro do setor.
De acordo com uma pesquisa conduzida pela Faculdade de Ciências e Educação Sena Aires (Facesa), esses simples procedimentos já são suficientes para evitar altas taxas de infecções hospitalares e mortalidade, assim como diminuir o tempo de internações.
Por meio da presença constante de um farmacêutico nas CCIHs e PCIHs, é possível desencadear uma interação entre todos os membros e profissionais de saúde para combater esse grande problema que assola o cotidiano dos hospitais brasileiros e coloca a vida de milhares de pacientes em risco.
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Fontes: Facesa, Anvisa, Medicina S/A, EBSERH, Vida e Ação.