Fibromialgia atinge cerca de 3% da população brasileira; veja sintomas

13 de outubro de 2023 4 mins. de leitura
A fibromialgia acomete principalmente mulheres e envolve sensibilidade aumentada e alteração da percepção da dor

A fibromialgia envolve sensibilidade aumentada e alteração da percepção da dor. Essa doença se caracteriza por dor muscular generalizada por mais de três meses sem evidência de inflamação local, acompanhada de fadiga, cansaço, sono não reparador, alterações intestinais e sintomas psicológicos, como mudanças em memória e atenção.

Outro traço comum é a grande sensibilidade ao toque e à compressão da musculatura, além da presença de transtornos de humor, como ansiedade e depressão, o que afeta negativamente a rotina de quem tem a doença.

A fibromialgia acomete principalmente mulheres entre 25 e 50 anos, embora também possa afetar homens e indivíduos mais jovens ou mais velhos. Frequentemente, é descrita como uma “doença silenciosa”, pois os sintomas muitas vezes não são visíveis externamente e podem não ser compreendidos por aqueles que não estão familiarizados com a condição.

Causa, fatores de risco e diagnóstico

Embora sua causa exata ainda não seja completamente compreendida, acredita-se que a fibromialgia envolva uma combinação de fatores genéticos, ambientais e neuroquímicos. Pessoas com histórico familiar da doença apresentam maior risco de desenvolvê-la.

Fatores de risco não modificáveis incluem origem genética, sexo feminino e presença de outras condições dolorosas. Além disso, alguns pacientes desenvolvem a condição após episódios de dor localizada não tratada adequadamente, um evento de trauma físico significativo ou até mesmo uma doença grave. 

O diagnóstico da fibromialgia baseia-se principalmente no histórico e no exame físico, com testes laboratoriais limitados para excluir outras condições que podem gerar sintomas semelhantes. 

Estudos relatam fibromialgia em 20% a 30% dos pacientes com doenças reumáticas, incluindo artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico. A presença de fibromialgia nesses pacientes pode dificultar a obtenção de uma melhora completa dos sintomas das condições reumáticas
Estudos relatam fibromialgia em 20% a 30% dos pacientes com doenças reumáticas, incluindo artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, o que pode dificultar a obtenção de uma melhora completa dos sintomas das condições reumáticas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Saúde mental de pacientes com fibromialgia

A fibromialgia está frequentemente ligada à depressão e à ansiedade devido às complexas interações entre dor crônica, estresse e isolamento social. A dor constante e os sintomas físicos da doença podem desencadear sentimentos de frustração, tristeza e desesperança, contribuindo para o surgimento da depressão. 

Além disso, a incapacidade de participar de atividades sociais em virtude de dor e fadiga pode levar ao isolamento, ampliando os sintomas de ansiedade. 

Pacientes com fibromialgia também têm um risco aumentado de suicídio e devem ser monitorados quanto a sintomas de depressão
Pacientes com fibromialgia também têm um risco aumentado de suicídio e devem ser monitorados quanto a sintomas de depressão. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Possíveis tratamentos e perspectivas futuras

A síndrome não tem cura, e o tratamento visa melhorar a qualidade de vida e gerenciar os sintomas de forma altamente individualizada, pois o que funciona para uma pessoa pode não funcionar da mesma maneira para outra. 

O tratamento não medicamentoso é o principal aliado no combate à doença e consiste em terapias psicológicas, mentais ou corporais; por exemplo, ioga, massagens terapêuticas e acupuntura.

As medicações são úteis para diminuir a dor, melhorar o sono e a disposição dos pacientes com fibromialgia, permitindo a prática de exercícios físicos.

Um diagnóstico preciso e uma abordagem de tratamento abrangente, muitas vezes envolvendo uma equipe multidisciplinar de médicos, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais de saúde, são essenciais para um manejo eficaz da condição.

A maioria dos pacientes continua a ter dor persistente e fadiga com flutuações intermitentes em seus sintomas. Estudos mostram que dor, fadiga, distúrbios do sono, ansiedade e depressão tendem a permanecer essencialmente inalterados ao longo de anos de acompanhamento.

A incapacidade para o trabalho é comum em pacientes com fibromialgia
A incapacidade para o trabalho é comum em pacientes com fibromialgia. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Fatores demográficos, comportamentais e psicológicos — como sexo feminino, baixo status socioeconômico, desemprego, depressão, histórico de abuso, catastrofização, preocupação excessiva com sintomas físicos e obesidade — estão associados a resultados mais desfavoráveis. 

Com a colaboração de pesquisadores, profissionais de saúde e pacientes, o futuro parece mais promissor. Há a perspectiva de tratamentos mais eficazes, uma compreensão mais clara da condição e, acima de tudo, uma melhoria na qualidade de vida das pessoas que lidam com essa doença.

Leia também:

Fontes:

REUMATOLOGIA, Sociedade Brasileira de. Fibromialgia. 2022.

BAIR, Matthew J.; KREBS, Erin E. Fibromyalgia. Annals of Internal Medicine, v. 172, n. 5, p. ITC33, 2020.

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