A hipertricose se caracteriza pelo crescimento de pelos em diversas áreas do corpo
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A hipertricose, também conhecida como síndrome de lobisomem, é uma condição dermatológica rara. Muitas pessoas que sofrem dessa condição não procuram atendimento médico, o que dificulta a identificação de uma prevalência exata.
“Algumas formas da doença, como a hipertricose lanuginosa congênita, são extremamente raras, com apenas algumas dezenas de casos relatados na literatura médica”, explica Dr. Jonas Bueno, dermatologista especialista em cirurgias dermatológicas e estéticas. Esse foi o caso de uma criança de Tocantins que ficou conhecida na televisão na última década.
A hipertricose é uma condição dermatológica caracterizada pelo crescimento excessivo de pelos em áreas atípicas do corpo. Esses pelos podem ser longos, curtos, coloridos ou incolores e aparecem em regiões não comuns, como orelhas, ombros, costas, entre outras.
No entanto, o especialista alerta: “É importante diferenciar a hipertricose do hirsutismo, outra condição relacionada ao crescimento excessivo de pelos”. A hipertricose tem múltiplas causas, enquanto o hirsutismo está associado a níveis elevados de hormônios.
O hirsutismo caracteriza-se pelo crescimento excessivo de pelos em mulheres, seguindo um padrão de distribuição semelhante ao masculino. Isso significa que os pelos podem aparecer em áreas como o rosto, o peito, o abdômen, as costas e as pernas.
A causa da hipertricose pode variar dependendo do tipo específico da condição. “Pode ser uma condição genética ou hereditária, o que significa que é passada de pais para filhos”, explica o dermatologista. Nesses casos, ocorre uma alteração nos genes responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento dos pelos.
Além disso, a hipertricose pode ser adquirida, em virtude de certos medicamentos, doenças ou efeitos colaterais de tratamentos médicos. Um exemplo é a fenitoína, utilizada para tratar a epilepsia.
Em alguns casos, a causa exata da hipertricose pode não ser conhecida. Contudo, fatores como má nutrição, infecção avançada por HIV, lesões no cérebro, a doença rara acromegalia e o hipotireoidismo podem contribuir para aumentar o risco de desenvolver a condição.
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A hipertricose é uma condição rara e complexa, e sua classificação é realizada com base em características clínicas e padrões de crescimento de pelos. Veja os principais tipos.
Conhecida como “lanugem universal”, é uma forma rara de hipertricose presente desde o nascimento. “Os pelos são longos e macios (lanugem) e cobrem o corpo do bebê”, detalha o dermatologista. É frequentemente associada a mutações genéticas específicas.
Os pelos em excesso aparecem em qualquer momento da vida, geralmente em áreas do corpo que costumam ter pelos terminais. Essa forma de hipertricose pode estar associada a condições médicas subjacentes, como distúrbios hormonais, síndrome do ovário policístico, hipotireoidismo, tumores ou efeitos colaterais de medicamentos.
A hipertricose localizada ocorre em uma área específica do corpo, onde os pelos são mais longos, grossos e abundantes do que o normal, como em orelhas, ombros e face. Pode ser congênita (presente desde o nascimento) ou adquirida ao longo da vida.
A hipertricose nevoide é uma forma rara de hipertricose que ocorre em uma área de pele diferente do tecido circundante. Nessa condição, os pelos são mais longos e grossos na região afetada.
O diagnóstico da hipertricose é geralmente feito por um dermatologista, que examina a aparência dos pelos e sua distribuição no corpo. Em alguns casos, exames adicionais, como biópsias da pele, podem ser necessários para confirmar o diagnóstico e descartar outras condições médicas.
O tratamento depende da causa inicial. “Se for provocada por um medicamento, a suspensão deste pode ajudar a reduzir o crescimento dos pelos”, comenta Bueno. As opções devem ser consideradas caso a caso e podem envolver a remoção física dos pelos por meio de depilação manual ou depilação a laser.
Fonte: Dr. Jonas Bueno, dermatologista