Responsável pela multidisciplinaridade dos atendimentos em UTIs, o cargo de intensivista é uma das especialidades médicas em evidência no momento
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A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) celebra o Dia Nacional do Intensivista em 10 de novembro, data que homenageia uma das especialidades médicas mais essenciais, sobretudo em período de pandemia. Essa profissão exerce os cuidados com os pacientes dentro das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), para onde os pacientes mais graves de covid-19 são encaminhados.
O médico intensivista passa por duas residências além dos seis anos de graduação em Medicina, onde aprende a lidar com procedimentos multidisciplinares utilizados no tratamento intensivo de pacientes. Um dos exemplos disso é a prática da intubação, que vem sendo comum no tratamento de casos com insuficiência respiratória em quadros severos de coronavírus.
Em 2016, o Conselho Federal de Medicina (CFM) realizou uma pesquisa que identificou uma queda no número de leitos para pacientes que ficam mais de 24 horas dentro do hospital desde 2010. Por outro lado, as UTIs vem em uma crescente importante dentro desse mesmo período.
Segundo os dados da Amib, existem cerca de 8.171 intensivistas em atuação em todo o Brasil, o que indicaria uma proporção de 3,5 desses profissionais para cada 10 mil habitantes. Como essa é uma área relativamente nova no Brasil, esses números ainda são vistos como baixos para atender a demanda nacional.
Dessa forma, cria-se uma necessidade de maior formação de profissionais de saúde voltados para o atendimento de pacientes em situações críticas, o que caracteriza um grande espaço de ascensão profissional para os médicos intensivistas.
Os profissionais designados ao tratamento intensivo também são treinados para serem assertivos em todas as etapas do processo de atendimento do paciente. Isso significa que esse médico precisa estar preparado para determinar o estado do enfermo, realizar a identificação precoce do problema e aplicar um tratamento agressivo se necessário — tudo isso com a necessidade de uma tomada de decisão rápida.
Justamente por tamanha responsabilidade, o mercado de médicos intensivistas requer uma grande capacidade de trabalhar sob pressão e pensamento rápido, visto que todo detalhe dentro das UTIs tem um peso de vida ou morte para o indivíduo internado.
Um fator essencial que o médico de terapia intensiva precisa ter controle em uma UTI é o nível de saturação de oxigênio sanguíneo dos pacientes, isto é, compreender a quantidade de oxigênio presente na circulação que trabalha como parâmetro para perceber como anda a função respiratória de um indivíduo.
Nesses caso, o oxímetro de pulso é uma das ferramentas tecnológicas que facilita o ambiente de trabalho dentro desse setor. Para que o quadro do paciente seja considerado instável, o pregador colocado nos dedos das mãos do enfermo precisa indicar um número superior a 95% — números inferiores são um alerta para comprometimento dos pulmões.
Principalmente em um diagnóstico de covid-19, esse aparelho ajuda a elaborar os próximos passos a ser tomados pela equipe médica, o que pode acarretar na intubação do paciente. Essa é considerada uma das etapas mais delicadas da assistência médica em tratamento intensivo e determinante para a evolução do estado de saúde de uma pessoa.
Antes da realização da etapa de intubação traqueal de sequência rápida, o médico intensivista deve administrar ao paciente três tipos de fármacos diferentes: um sedativo, um analgésico e um bloqueador neuromuscular, o qual interrompe a transmissão de impulsos nervosos e paralisa os músculos esqueléticos afetados pelo procedimento.
É essa combinação, com tempo para surtir efeito determinado em dois minutos, que permite ao paciente dormir sem sentir dor e não apresentar contrações musculares de reflexo neural que atrapalhem a operação realizada pela equipe médica. A intubação orotraqueal, que é quando o tubo é inserido pela cavidade oral, acaba sendo a mais recomendada por ocorrer de forma mais rápida e segura.
Então, a respiração do paciente passa a ser auxiliada por um ventilador mecânico, que ajuda a controlar as oscilações da função respiratória causadas pela covid-19. Após a estabilização do quadro de saúde do paciente, cabe a equipe médica avaliar qual é o momento ideal para a prática da extubação ou remoção dos tubos respiratórios.
Nessa etapa, desliga-se os respiradores auxiliares e a sedação é interrompida, fazendo com que o indivíduo fique acordado e colabore. O paciente segue recebendo o oxigênio suplementar por 30 minutos e, caso seu quadro se manter estável após o término desse período, os tubos são removidos e realiza-se a transferência para o oxigênio por máscara ou óculos nasal.
Vale ressaltar que como os profissionais possuem contato direto com as vias aéreas afetadas do enfermo e a expectoração é um efeito característico desse procedimento, é fundamental a utilização dos equipamentos de proteção individual (EPIs) pelos médicos intensivistas.
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Fontes: GZH Saúde, Portal FMB, CFM, UFJF, Secad, Hospital Moinhos, Correio Braziliense.