Metade da população mundial estará acima do peso em 2035

29 de maio de 2023 4 mins. de leitura
Pesquisas recentes mostram que mais de 4 bilhões de pessoas podem ultrapassar o peso saudável nos próximos 12 anos

A obesidade é uma das doenças que mais causam preocupação nas autoridades de saúde do mundo. A mudança de hábitos nas últimas décadas fez que cada vez mais pessoas desenvolvessem a doença e muitas outras se colocassem em um cenário de risco.

Um estudo recente da Federação Mundial da Obesidade (FMO) mostrou um cenário extremamente preocupante. Segundo pesquisadores, mais da metade da população mundial pode estar acima do peso ou obesa em 2035, o que significaria mais de 4 bilhões de pessoas.

Além disso, cientistas foram capazes de traçar um panorama ainda mais detalhado do futuro da doença. Países pobres da Ásia e da África devem ser os principais afetados nas próximas décadas. O aumento no acesso a comidas processadas, o crescimento de um comportamento sedentário e de um sistema de saúde com poucos recursos são fatores que aumentaram o risco nessas regiões.

Segundo Louise Baur, pesquisadora australiana que preside a FMO, o aumento desenfreado da doença pode levar a um custo de mais de US$ 4 trilhões por ano a partir de 2035. “Governos em todo o mundo precisam fazer de tudo para não repassar custos sociais, econômicos e de saúde para a geração mais jovem”, ela explicou.

Outro ponto assustador é o fato de a obesidade estar crescendo ainda mais entre crianças e adolescentes, com a expectativa de que a taxa de ocorrência dobre em 2035 quando comparada com 2020.

Leia mais: Principais medidas para a prevenção e o controle da obesidade

A obesidade no Brasil

Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstram que mais de 60% da população brasileira com mais de 18 anos estão acima do peso, enquanto cerca de 26% já atingiram o nível de obesidade.

O número de obesos representa mais de 40 milhões de pessoas e faz que o Brasil esteja no centro das discussões de combate à obesidade. Para se ter uma ideia, em 2003 o número de obesos representava apenas 12% da população, e menos da metade estava acima do peso.

Luta contra a balança: a obesidade é uma das doenças que mais preocupam autoriadades nas próximas décadas
Luta contra a balança: a obesidade é uma das doenças que mais causam preocupação para as próximas décadas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Como se define a obesidade?

A forma mais comum de caracterizar uma pessoa como acima, abaixo ou dentro do peso ideal é pelo método que calcula o Índice de Massa Corporal (IMC). A fórmula utilizada divide o peso em quilos pelo quadrado da altura em metros. Uma pessoa de 80 quilos e 1,80 metro teria o cálculo efetuado da seguinte forma:

80 ÷ (1,8 x 1,8)

80 ÷ 3,24 = 24,69 kg/m2

Depois disso, o resultado é comparado com a seguinte listagem:

  • Abaixo de 18,5 = baixo peso
  • Entre 18,5 e 24,9 = peso normal
  • Entre 25 e 29,9 = sobrepeso
  • Entre 30 e 34,9 = obesidade grau 1
  • Entre 35 e 39,9 = obesidade grau 2
  • Acima de 40 = obesidade mórbida

Nesse caso, portanto, a pessoa estaria dentro do limite de peso normal, porém perto de uma taxa de sobrepeso. Apesar disso, o IMC não deve ser o único ponto considerado na hora de avaliar a saúde, sendo necessário buscar acompanhamento médico ou nutricional para entender cada caso.

Como evitar e tratar a obesidade?

O tratamento e a prevenção são baseados em uma mudança de hábitos. Manter uma dieta balanceada, fazer exercícios físicos regulares, cultivar uma boa saúde mental e níveis de estresse sob controle são atitudes fundamentais para evitar a obesidade.

Praticar exercícios e manter uma alimentação saudável são atitudes importantes no tratamento contra a obesidade
Praticar exercícios e manter uma alimentação saudável são atitudes importantes no tratamento contra a obesidade. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

É importante salientar que o ganho de gordura ocorre quando há ingestão calórica diária maior do que o gasto energético efetuado pelo corpo. Embora cirurgias e tratamentos invasivos possam ser utilizados para tratar pessoas em situação grave de obesidade, elas não substituem hábitos saudáveis e podem ser pouco eficazes se realizadas de forma isolada.

Leia mais: Praticar exercícios pode atrasar doenças degenerativas

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