O astigmatismo é um problema de visão comum nas pessoas. Embora não exista uma estatística geral em nível nacional ou global, um estudo realizado em Florianópolis com mais de 10 mil pacientes de clínicas privadas entre 2 e 99 anos de idade apontou que a condição atinge quase metade da população.
“O astigmatismo ocorre quando a córnea ou o cristalino do olho apresenta uma curvatura irregular, fazendo que a luz se concentre em múltiplos pontos na retina, em vez de um único ponto”, explica o oftalmologista Dr. Caio Regatieri. A doença ocular pode causar visão distorcida ou embaçada, dificuldade para enxergar detalhes, sensibilidade à luz e cansaço visual.
A condição pode ocorrer em todas as faixas etárias, desde o nascimento até a idade adulta, contudo é mais comum com o envelhecimento. “Não há uma predisposição específica em grupos de pessoas, mas a tendência hereditária pode estar presente”, afirma o oftalmologista. Mas a ocorrência de outras doenças oculares aumenta o risco de astigmatismo.
O que causa o astigmatismo?
“As principais causas do astigmatismo estão relacionadas à curvatura irregular da córnea desde o nascimento, mas pode haver ligação com lesões oculares ou cirurgias oculares prévias”, detalha Regatieri. Além disso, a doença ocular pode ser hereditária, ou seja, transmitida geneticamente de pais para filhos.
Em um olho normal, a córnea ou a lente ocular tem uma curvatura regular, o que permite que a luz seja focada corretamente na retina. No astigmatismo, a curvatura irregular da córnea resulta em uma visão desfocada. Por isso, as pessoas com a condição podem ter dificuldade para enxergar tanto de perto quanto de longe.
Algumas condições, como ceratocone (em que a córnea se torna fina e cônica), cicatrizes na córnea, glaucoma congênito e catarata, também podem contribuir para o desenvolvimento de astigmatismo.
Leia também:
- 5 dicas para manter a saúde ocular
- Síndrome do Olho Seco: qual é a relação com a menopausa?
- Glaucoma: o que é e quais são os sintomas?
Quais são os sintomas do astigmatismo?
“Os sintomas comuns de astigmatismo incluem visão borrada, dificuldade para enxergar objetos de perto e de longe, fadiga ocular, dores de cabeça e tensão nos olhos”, enumera o oftalmologista. A pessoa pode enfrentar também dificuldade para enxergar à noite e franzir os olhos para tentar ver com mais clareza.
A gravidade da doença ocular varia de pessoa para pessoa, e os sinais do astigmatismo podem ser semelhantes aos de outras condições oculares. Por isso, é importante consultar um oftalmologista para a realização de exames oculares completos, como a medição da curvatura da córnea e testes de acuidade visual e refração.
Como tratar o astigmatismo?
O tratamento adequado pode melhorar significativamente a qualidade da visão e aliviar os sintomas associados ao astigmatismo. “A doença ocular pode ser corrigida ou controlada por meio de óculos, lentes de contato ou cirurgia refrativa, como a cirurgia a laser”, comenta o oftalmologista. Em alguns casos, o procedimento cirúrgico chega a curar a condição.
Para cuidados com a visão e prevenção do astigmatismo em pessoas que não têm a doença, são recomendados exames oculares regulares, especialmente se houver histórico familiar de problemas de visão. “Proteger os olhos contra lesões e evitar o uso excessivo de dispositivos digitais também é importante para a saúde ocular geral”, recomenda Regatieri.
Dr. Caio Vinicius Saito Regatieri é oftalmologista da Unidade Paulista de Oftalmologia (UPO), tem graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (2004), Residência Médica em Oftalmologia e especialização em Retina e Vítreo pela Unifesp, Doutorado em Biologia Molecular pela Universidade Federal de São Paulo (2009).
Fontes: National Eye Institute, Healthline, Revista Brasileira de Oftalmologia, Ótica Grand Vision, Revista Veja Bem/Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)