A disfagia pode causar complicações como desnutrição, desidratação, aspiração, pneumonia aspirativa, problemas respiratórios e isolamento social. A condição afeta pessoas de todas as faixas etárias, desde bebês e crianças até idosos, e pode acontecer em qualquer parte do trato digestivo, entre a boca e o estômago.
O distúrbio está presente em 20% da população com idade acima de 50 anos, de acordo com estimativa da Associação Americana de Fala e Linguagem Auditiva (ASHA). No entanto, a disfagia é subnotificada, especialmente em seus estágios iniciais, quando a condição não afeta a alimentação e a fala.
O que é disfagia?
A disfagia é um distúrbio da deglutição que torna difícil ou impossível engolir alimentos e líquidos de forma eficaz. Existem dois tipos principais da doença: a orofaríngea e a esofágica.
A disfagia orofaríngea ocorre quando há problemas na parte da deglutição que ocorre na boca e na faringe. Já na disfagia esofágica, a dificuldade de deglutição acontece no esôfago, como problemas de contração muscular ou obstrução física.
Quais são as causas da disfagia?
As causas da disfagia dependem do tipo e da gravidade do distúrbio da deglutição. Em crianças, podem estar associadas a anomalias genéticas, doenças congênitas e má-formação do sistema digestivo.
No caso de adultos, os motivos causadores da doença apresentam uma variação maior, podendo incluir:
- doenças neuromusculares: doenças como a esclerose múltipla, o mal de Parkinson e a distrofia muscular podem afetar os músculos da boca e da garganta, causando disfagia;
- condições médicas: refluxo gastroesofágico, esofagite, estenose esofágica, tumores e hérnias de hiato podem provocar dificuldade para engolir;
- trauma: lesões na cabeça ou no pescoço podem causar danos aos nervos e músculos envolvidos na deglutição, levando à disfagia;
- envelhecimento: à medida que envelhecemos, os músculos envolvidos na deglutição podem enfraquecer, tornando a disfagia mais comum em idosos.
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Quais são os sintomas de disfagia?
Os sintomas da disfagia são mais sentidos durante a alimentação; no entanto, outros sinais também podem indicar a presença do distúrbio. Os indícios mais comuns da condição são:
- sensação de que os alimentos estão presos na garganta ou no peito;
- dor ao engolir;
- engasgos ou tosse ao comer ou beber;
- regurgitação de alimentos ou líquidos;
- mudança no tom de voz ou rouquidão após engolir;
- refluxo gastroesofágico;
- pneumonia aspirativa (quando alimentos ou líquidos entram nos pulmões em vez de seguir para o estômago).
Quando a disfagia é preocupante?
A disfagia é sempre preocupante, pois pode ter consequências graves para a saúde. No entanto, existem alguns sinais de alerta que indicam que a condição pode ser mais grave, e um médico deve ser procurado imediatamente em caso de:
- perda significativa de peso inexplicável;
- dificuldade para respirar após engolir;
- dor intensa ao engolir;
- sangramento ao engolir;
- vômitos ou refluxo alimentar constante;
- sensação de obstrução ou bloqueio na garganta ou no peito;
- dificuldade para falar claramente.
Como tratar a disfagia
O tratamento da disfagia depende da condição subjacente que a esteja causando, como infecções, inflamação ou refluxo gastroesofágico. Em alguns casos, a dieta é modificada para incluir alimentos mais macios e líquidos mais espessos, que são mais fáceis de engolir.
A terapia de deglutição pode ser prescrita para aprimorar a coordenação dos músculos. Isso pode ser feito por um fonoaudiólogo, profissional capaz de identificar problemas e ensinar técnicas para melhorar a deglutição, como a posição correta do corpo, a maneira de mastigar e engolir e exercícios para fortalecer os músculos da deglutição.
Em casos mais graves, pode ser necessária uma cirurgia para corrigir uma obstrução ou outra anomalia que esteja causando a dificuldade de engolir. Mais raramente, um dispositivo médico pode ser implantado no esôfago para ajudar a controlar o fluxo de alimentos e líquidos durante a deglutição.
Fontes: Rede Dor São Luiz, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Hospital Albert Einstein, Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, Hospital Sírio-Libanês, Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia