O que é malária e o que a causa?

22 de setembro de 2023 5 mins. de leitura
A malária é uma doença infecciosa causada pela picada do mosquito-prego infectado. Febre, calafrios e dor de cabeça são alguns de seus sintomas

A malária é uma doença infecciosa causada pela picada de mosquitos infectados. Essa doença atinge, principalmente, adultos do sexo masculino com idade acima de 15 anos, sendo pouco diagnosticada em idosos e crianças.

Essa enfermidade é considerada um grave problema de saúde pública no mundo, impactando a morbimortalidade — índice de pessoas que vão a óbito em decorrência de uma doença específica — na população de países tropicais e subtropicais, onde é endêmica.

Dados do Ministério da Saúde indicam que, no Brasil, os números de diagnósticos de malária diminuíram progressivamente de 2010 a 2016, tendo um aumento no ano de 2017 e voltando a reduzir nos anos seguintes. 

Cerca de metade da população mundial corre risco de ter malária, e a propagação da doença é fortemente influenciada por condições ambientais e transformações socioeconômicas, como desmatamento, urbanização e migração populacional.

Agente causador da malária

Os vetores da doença são os mosquitos do gênero Anophele, também conhecidos como mosquitos-prego. A transmissão começa quando uma fêmea do mosquito Anopheles se alimenta de sangue de uma pessoa com a doença, infectando-se com um tipo de protozoário do gênero Plasmodium (P.)

Mosquitos do gênero Anophele, também conhecido como mosquito-prego
Mosquitos do gênero Anophele, também conhecido como mosquitos-prego. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

As espécies de P. mais identificadas nos casos do Brasil são:

  • P. falciparum;
  • P. vivax;
  • P. malariae.

O mais frequentemente identificado é o P. vivax (57%), presente no Brasil, seguido pelo P. falciparum (32%), identificado em casos importados. A infecção concomitante por mais de uma espécie de P. pode ocorrer, mas é ser incomum.

A malária pode ser transmitida também por outras vias, como contato com sangue e hemoderivados, tanto em transfusão quanto em uso de drogas injetáveis, ou transmitida verticalmente, da gestante infectada para o feto durante a gravidez.

Diagnóstico

O diagnóstico correto da malária é realizado pela detecção de Plasmodium ou de antígenos relacionados no sangue periférico pelos métodos de gota espessa, esfregaço delgado, testes de diagnóstico rápido ou técnicas moleculares.

A sorologia (exame de sangue) não é indicada para diagnóstico de malária, pois seu resultado está relacionado com exposição prévia, não infecção atual.

Sintomas da malária

O período entre picada da fêmea do mosquito infectado até o surgimento dos primeiros sintomas varia de acordo com a espécie de Plasmodium, podendo ser entre 7 e 30 dias.

Os sinais iniciais e sintomas são:

  • náuseas; 
  • vômitos; 
  • cansaço e falta de apetite;
  • febre (que pode ser periódica); 
  • calafrios; 
  • tremores;
  • sudorese; 
  • diarreia;
  • dor abdominal; 
  • dor de cabeça (que pode ocorrer de forma cíclica). 

Em casos mais graves, que afetam principalmente gestantes, crianças e pessoas infectadas pela primeira vez, pode haver desconforto respiratório, confusão mental, convulsões, anemia, icterícia, esplenomegalia, hepatomegalia e anormalidades renais.

Tratamento

tratamento da malária requer antimaláricos, e a escolha do fármaco é realizada de acordo com a gravidade da doença (critérios clínicos e laboratoriais), a eficácia e os efeitos adversos dos fármacos disponíveis e padrões conhecidos de resistência das cepas na região de aquisição.

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Orientações para quem vai viajar para regiões onde a malária é endêmica

A orientação para pessoas que vão viajar para regiões onde a malária é endêmica envolve o uso de medicamentos antimaláricos como parte de sua profilaxia antes, durante e depois da viagem, para reduzir o risco de desenvolver sintomas graves ou fatais da doença no caso de infecção.

Para evitar a malária, é indicado sempre usar mosquiteiros impregnados com inseticidas, realizar o tratamento adequado dos casos diagnosticados e que sejam desenvolvidas ações de controle do vetor para evitar a propagação e proteger a população em risco.

Uma das formas de prevenção contra a malária é o uso de repelentes
Uma das formas de prevenção contra a malária é o uso de repelentes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Fontes:

MS. Boletim Epidemiológico Vol.53 No30 – 2022 – Malária na região extra-amazônica do Brasil série histórica de 2010 a 2021 — Ministério da Saúde. 2022.

OPAS/OMS. Malária – OPAS/OMS | Organização Pan-Americana da Saúde. 2022.

MSD. Malária – Doenças infecciosas. Manuais MSD edição para profissionais. 2022.

MS. Malária. Ministério da Saúde. 2022.

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