O que é pancreatite? Conheça tipos e causas

26 de outubro de 2023 5 mins. de leitura
O número de casos de pancreatite vêm crescendo no Brasil, e a doença atingiu mais de 160 mil pessoas entre 2016 e 2020

O número de casos de pancreatite cresceu 3,75% em cinco anos, saindo de 31 mil, em 2016, para quase 33 mil em 2020. O Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) teve 166 mil registros da doença no período, com uma maior incidência na região Sudeste e entre pessoas brancas.

A maioria dos casos de pancreatite são leves a moderados e melhoram com repouso, hidratação e tratamento da dor. No entanto, a gravidade da doença pode ter uma evolução rápida, causando complicações como necrose pancreática, abscessos, infecções sistêmicas ou insuficiência de múltiplos órgãos, provocando até o óbito.

Saiba mais sobre a pancreatite, como tipos, causas, sintomas e tratamentos.

O que é pancreatite e quais são seus tipos?

Entre 10% a 20% dos pacientes com pancreatite apresentam quadro sistêmico grave, que pode evoluir para a morte. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Entre 10% e 20% dos pacientes com pancreatite apresentam quadro sistêmico grave, que pode evoluir para a morte. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A pancreatite é a inflamação do pâncreas. O órgão, localizado atrás do estômago, tem um papel crucial na digestão e na regulação do açúcar no sangue. A inflamação do pâncreas tem dois tipos principais, podendo variar em gravidade, desde casos leves e autolimitados até casos graves, que exigem tratamento médico intensivo.

A pancreatite aguda é uma forma repentina de inflamação do pâncreas, que pode ser tratada sem danos permanentes. Já a pancreatite crônica é uma condição prolongada e recorrente, caracterizada por inflamação contínua do pâncreas que leva a danos permanentes no órgão.

O que causa pancreatite?

A causa mais comum da pancreatite aguda é o bloqueio do duto pancreático, que impede a liberação adequada de enzimas digestivas produzidas pelo pâncreas. Essas enzimas podem se acumular e causar danos ao próprio órgão. Outras causas incluem bebidas alcoólicas, cálculos biliares, infecções, traumas ou certos medicamentos.

Além dos fatores anteriores, fumar tabaco aumenta o risco de desenvolver pancreatite crônica. Essa forma da doença pode ser provocada por fatores hereditários, como a fibrose cística, que afeta várias glândulas do corpo, incluindo o pâncreas. Os trabalhadores expostos a determinados produtos químicos, como solventes orgânicos, também têm maior risco de desenvolver pancreatite crônica.

Leia também:

Quais são os sintomas de pancreatite?

A dor abdominal é um dos principais sintomas de pancreatite. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
A dor abdominal é um dos principais sintomas de pancreatite. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Na pancreatite aguda, a dor abdominal é um sintoma proeminente, geralmente localizado na parte superior do abdômen e podendo se estender para as costas. Acompanhada de náuseasvômitos desconforto abdominal, a dor aguda é muitas vezes descrita como intensa e latejante. Além disso, podem ocorrer febreaumento da frequência cardíaca e distensão abdominal.

A pancreatite crônica, por outro lado, é marcada por sintomas persistentes e debilitantes. A dor abdominal contínua pode ser menos intensa do que na forma aguda, mas duradoura e muitas vezes intercalada com períodos de piora.

Os problemas digestivos, como fezes oleosasdiarreia perda de peso inexplicada, são sinais de comprometimento da função pancreática. Além disso, a associação com diabete pode gerar sintomas como sede excessiva, fome frequente e urinação aumentada.

Como tratar a pancreatite?

O tratamento da doença depende da gravidade e do tipo. Na pancreatite aguda, o repouso intestinal é frequentemente recomendado, permitindo que o pâncreas se recupere. O controle da dor é essencial, podendo envolver medicações analgésicas prescritas por um médico.

Em casos graves, a internação hospitalar pode ser necessária para administração de líquidos intravenosos e acompanhamento médico constante. O tratamento também visa resolver a causa subjacente, como a remoção de cálculos biliares ou o tratamento de infecções, se for o caso.

Na pancreatite crônica, a abordagem se concentra em controlar a dor crônica e melhorar a qualidade de vida. Analgésicos e medicamentos específicos para dor neuropática podem ser prescritos. Além disso, a gestão da dieta é importante, com orientações para evitar alimentos gordurosos e controlar o consumo de álcool.

Em alguns casos, suplementos de enzimas pancreáticas podem ser necessários para auxiliar na digestão. Quem tem diabete associada à pancreatite crônica pode precisar de tratamento para controlar os níveis de açúcar no sangue.

Fontes: Drauzio Varella, Espaço de Saúde do Aparelho Digestivo (Esadi), Rede D´Or São Luiz Hospital Albert Einstein, Ministério da Saúde

183570cookie-checkO que é pancreatite? Conheça tipos e causas