Síndrome do intestino irritável afeta até 20% da população e, embora não seja grave, compromete a qualidade de vida
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A síndrome do intestino irritável (SII) ou do cólon irritável é um distúrbio crônico que afeta o trato digestivo, causando dor abdominal e distensão. A condição afeta de 10% a 20% da população, sobretudo mulheres. Embora não seja uma doença grave, pode causar desconforto e prejudicar a qualidade de vida das pessoas.
A SII altera o movimento dos músculos do intestino, sem gerar mudanças estruturais ou bioquímicas, e se manifesta por períodos de desconforto abdominal, dores, flatulência, alternância entre diarreia e constipação. A enfermidade persiste por, no mínimo, 12 semanas, mesmo que não sejam consecutivas.
Não há fatores de risco comprovados, mas a síndrome pode estar associada a outros problemas de saúde, como ansiedade e depressão, além de ser desencadeada por fatores estressantes, como mudanças na rotina ou problemas pessoais.
A síndrome do intestino irritável é considerada uma condição complexa que envolve uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e ambientais. Embora ainda não haja uma compreensão completa da causa, ela pode estar relacionadas a fatores que podem interagir entre si e afetar o trato intestinal.
A doença pode estar relacionada a distúrbios da motilidade intestinal, que podem levar a mudanças na frequência e na consistência das fezes, maior sensibilidade no cólon a alimentos ou gases e alterações na flora intestinal. Alimentos gordurosos, bebidas com cafeína e produtos ricos em fibras podem desencadear sintomas.
O intestino e o cérebro estão conectados, por isso a SII também pode estar relacionada a variações no cotidiano, como mudanças bruscas de horário, viagens e alterações no ambiente de trabalho. Assim, é fundamental buscar formas de gerenciar o estresse e manter uma rotina equilibrada.
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A síndrome do intestino irritável pode ser difícil de diagnosticar, pois os sinais tendem a ser semelhantes aos de outras condições gastrointestinais. O diagnóstico geralmente é baseado nos sintomas e na exclusão de outras condições médicas que possam causar sinais similares.
Não existe um exame específico para diagnosticar a SII, então médicos geralmente realizam uma combinação de avaliações clínicas, histórico médico e exames para chegar a um diagnóstico preciso.
A investigação médica pode exigir exames de sangue para identificar infecções, exames de fezes para verificar a presença de sangue, além de endoscopia, tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) para avaliar o estado do trato intestinal. Médicos podem solicitar ainda um teste de intolerância à lactose.
A síndrome do cólon irritável não tem cura, mas pode ser tratada. A terapia é feita de forma individualizada, dependendo das características e da gravidade dos sintomas de cada pessoa, em um processo contínuo que pode levar tempo.
O cuidado inclui dieta sem substâncias que possam desencadear os sintomas, como laticínios, frutas cítricas, feijão, trigo e gordura. É importante também beber bastante líquido e consumir alimentos ricos em fibras.
O tratamento psicológico é indicado para controlar o estresse e a ansiedade, que contribuem para piorar os sintomas da SII. Algumas terapias complementares, como acupuntura e probióticos, também podem ser úteis. Os sintomas podem ser aliviados com laxantes, antidiarreicos e antiespasmódicos, que podem ser prescritos para aliviar os sintomas da doença.
Fonte: Drauzio Varella, Hospital Le Fort, Clínica Hepatogastro