Infecções com vírus dos tipos A, B e C são as mais comuns no País; entenda as principais diferenças
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O número de testes positivos para hepatites virais no Brasil cresceu em 2023. Segundo dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), 15,4% dos testes para hepatite viral dos tipos A, B e C tiveram resultados positivos, contra 15,2% do ano anterior.
A quantidade de exames executados no primeiro trimestre também foi maior. Em 2022, foram realizados 5 milhões de testes, contra 5,8 milhões em 2023. A taxa mensal passou de 1,7 milhão para 1,9 milhão, representando um aumento de mais de 10%.
Embora o crescimento de resultados positivos preocupe, ele pode estar relacionado ao aumento do número geral de testes e ao fim da pandemia.
“Com a retomada das atividades, os testes de rotina de cuidados de saúde e exames laboratoriais voltaram a ser realizados, com aumento na testagem. Quanto à positividade, sabe-se que grande parte da população que tem hepatite desconhece a doença, e o crescimento da testagem aumenta o diagnóstico”, afirmou Alex Galoro, médico patologista clínico e líder do Comitê de Análises Clínicas da Abramed.
Na visão do especialista, a falta de conhecimento da doença pode ter levado os infectados a tomarem menos cuidados a fim de evitar a transmissão para outras pessoas. As autoridades de saúde devem ficar atentas aos dados dos próximos trimestres para comprovar a hipótese.
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As hepatites virais, divididas entre os tipos A, B, C, D e E, são um grave problema de saúde pública mundial. Elas consistem em infecções que atingem o fígado, podendo causar alterações em seu funcionamento. Embora alguns casos sejam leves, outros podem evoluir para problemas graves.
No Brasil, os tipos A, B e C são os mais comuns, com raros casos dos tipos D e E.
A hepatite do tipo A é causada pelo vírus VHA. Sua transmissão costuma ocorrer pelo contato com outra pessoa infectada, pela água ou por alimentos que transportem o vírus.
Também conhecida como “hepatite infecciosa”, a hepatite A muitas vezes está associada à falta de saneamento básico. É uma doença autolimitada, ou seja, costuma desaparecer sozinha ou após cuidados básicos.
Existe vacina para a hepatite A, mas ela não é aplicada para todas as populações no Brasil. Crianças com idade entre 1 e 5 anos estão entre os grupos de risco.
A hepatite B é uma das mais conhecidas pelos brasileiros, especialmente devido à vacina. Ela é causada pelo vírus HBV, e sua transmissão ocorre por fluidos corporais (sangue, sêmen, secreções) e de forma vertical (de mãe para filho). Por isso, o uso de preservativos é importante para não transmitir a doença, assim como o cuidado ao compartilhar objetos pessoais.
A vacina da hepatite B é administrada logo na maternidade para os recém-nascidos. A doença pode ser tanto aguda quanto crônica. No primeiro caso, ela é autolimitada. No segundo, porém, não há cura, restando ao paciente um tratamento para conter os danos e limitar a ação viral.
A hepatite C tem algumas semelhanças com a hepatite B. Ela também é transmitida majoritariamente por meio de fluidos e de forma vertical, sendo necessários cuidados parecidos para evitar a transmissão.
Os sintomas são semelhantes aos do tipo B, e a condição pode ser crônica ou aguda. A principal distinção é que não há vacina para a hepatite C, o que aumenta os riscos de uma transmissão em massa. Porém, diferentemente do tipo B, a versão crônica da hepatite C é possível de ser curada.
Fontes:
Ministério da Saúde. Hepatites Virais.
Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). Abramed apresenta dados sobre hepatites virais.
Hospital Albert Einstein. Entenda o que são as hepatites virais e como se prevenir.