O consumo excessivo de álcool pode provocar mais de 200 doenças e lesões, incluindo transtornos mentais
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O álcool é uma substância lícita consumida de forma ampla em todo o mundo, e seu consumo exagerado está associado a efeitos prejudiciais na saúde pública, tanto em morbidade quanto em mortalidade. O consumo da bebida pode causar mais de 200 condições de doenças e lesões, inclusive inúmeros transtornos mentais.
Aproximadamente 13,5% das mortes totais em pessoas com idade entre 20 e 39 anos estão associadas ao álcool, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os problemas relacionados à bebida causam um prejuízo de mais de R$ 300 bilhões no Brasil, o equivalente a 7% do Produto Interno Bruto (PIB).
A relação entre álcool e transtornos mentais pode ser complexa e bidirecional. O consumo da bebida pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de doenças psicológicas, ou a substância pode ser procurada, de forma incorreta, como uma espécie de autotratamento para lidar com os sintomas de condições mentais preexistentes.
Conheça o que é alcoolismo e outros seis transtornos mentais associados ao consumo de álcool, bem como seus tratamentos.
O alcoolismo é um transtorno mental caracterizado por um padrão problemático e compulsivo de consumo da substância, apesar das consequências adversas. O tratamento inclui terapia comportamental e grupos de apoio, como o Alcoólicos Anônimos. Em casos mais graves, requer medicação e internação.
O álcool é frequentemente usado como uma maneira de aliviar temporariamente os sintomas de ansiedade, mas isso pode resultar em um ciclo vicioso. O consumo excessivo da bebida tende a aumentar a ansiedade e levar a ataques de pânico.
O tratamento envolve terapias de exposição, técnicas de gerenciamento de estresse e terapia cognitivo-comportamental, juntamente com abordagens para reduzir ou interromper o consumo de álcool.
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O consumo excessivo de álcool pode aumentar o risco de desenvolver depressão. Apesar disso, as pessoas que já têm depressão podem recorrer ao álcool como uma forma de automedicação para aliviar os sintomas. A substância frequentemente piora a depressão a longo prazo, pois pode afetar negativamente os neurotransmissores no cérebro.
O tratamento inclui psicoterapia, medicação antidepressiva e aconselhamento para reduzir ou cessar o consumo de álcool.
As pessoas com transtorno bipolar podem ser especialmente vulneráveis aos efeitos do álcool. O consumo da bebida tem o potencial de desencadear episódios maníacos ou depressivos e interferir na eficácia dos medicamentos prescritos para o transtorno bipolar. O tratamento envolve medicação estabilizadora de humor, terapia e educação sobre os riscos do consumo de álcool.
O álcool pode afetar negativamente a qualidade do sono, provocando insônia e distúrbios do sono. Pessoas com transtornos do sono podem recorrer ao álcool como um auxílio para dormir, mas isso pode piorar os problemas de sono a longo prazo. O tratamento envolve a adoção de hábitos de sono saudáveis e o ajuste do consumo de álcool antes de dormir.
Embora o álcool não seja a causa direta da esquizofrenia, o uso excessivo pode agravar os sintomas da doença e interferir na eficácia dos medicamentos antipsicóticos. Além disso, indivíduos com esquizofrenia podem ter um maior risco de abuso de substâncias. O tratamento requer uma abordagem multidisciplinar, incluindo medicação, terapia cognitiva e apoio social.
As pessoas com transtornos de personalidade podem ser mais propensas a usar álcool como forma de lidar com dificuldades emocionais e sociais. No entanto, o uso excessivo da substância pode piorar os sintomas e a instabilidade emocional associada a esses transtornos. O tratamento envolve terapia individualizada e, em alguns casos, medicação.
Fontes: Ministério da Saúde, Epidemiologia e Serviços de Saúde, Organização Mundial da Saúde (OMS), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo