Como tornar o sistema de saúde mais inclusivo e eficiente?
Um dos grandes desafios da humanidade no século XXI é tornar os sistemas de saúde mais inclusivos, eficientes e sustentáveis. No Brasil isso não é diferente. Embora o Sistema Único de Saúde (SUS) tenha propiciado diversas melhorias para a saúde pública brasileira, ainda existem muitos obstáculos a serem superados.
Apesar de estarem disponíveis de forma gratuita para a população geral, os serviços prestados pelo sistema público de saúde brasileiro nem sempre agradam seus usuários, que reclamam com alguma frequência de longas filas e atendimentos precários em hospitais públicos e unidades de saúde.
Uma parte disso pode ser explicada pela falta de investimento, mas o problema é complexo. O Brasil gastou em 2019 mais de R$ 700 bilhões (cerca de 10% do PIB) em projetos de saúde. Comparativamente com países desenvolvidos, como a França (11,1%) e o Reino Unido (10,2%), a proporção de gastos foi parecida.
Por isso, fica a pergunta:
Como tornar o sistema de saúde brasileiro mais eficiente, sustentável e ao mesmo tempo mais inclusivo?
Falta de eficiência
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Controladoria-Geral da União (CGU), um dos maiores problemas do sistema de saúde brasileiro está na falta de eficiência dos gastos públicos, que muitas vezes não chegam na população mais carente levando os recursos necessários.
Cerca de 25% do custo total seriam perdidos em medidas que vão desde o excesso de burocracia até a corrupção, fazendo que os gastos aumentem sem o aperfeiçoamento significativo do serviço.

Organizar metas e incentivos para a melhora do sistema nos municípios é fundamental, assim como aprimorar os níveis de transparência dos gastos efetuados. Sem uma organização efetiva, é muito difícil fazer que os investimentos caibam no orçamento público.
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Por um sistema mais inclusivo
Além do desafio financeiro, é importante que o sistema de saúde se torne cada vez mais inclusivo e adaptado para atender às demandas de diversas populações. Nesse sentido, é preciso ficar atento a alguns pontos:
- acessibilidade e preparo para atender pessoas com algum tipo de deficiência: motora, intelectual, auditiva etc. Esse grupo representa mais de 20% da população brasileira atualmente;
- treinamento para atender pessoas trans e suas necessidades específicas;
- aumento da cobertura para populações indígenas, com planejamento eficiente para que a cultura em questão seja respeitada;
- ampliar os cuidados de saúde para mulheres, incluindo serviços de proteção contra violência, distribuição de absorventes e universalização do acesso a contraceptivos;
- atuação conjunta com investimentos em saneamento básico e autoridades ambientais, que precisam ser consultadas para prover o acesso a populações que habitam áreas de risco.
Sistemas integrados e uso da tecnologia
As recentes novidades tecnológicas, que envolvem o uso de inteligência artificial e métodos inovadores de comunicação, devem estar presentes em um modelo de saúde mais atualizado. Esses novos avanços permitem um ganho significativo de produtividade e escala, tanto para o uso privado quanto para o setor público.

Isso pode ser aplicado a várias áreas da saúde, por exemplo:
- treinamento de profissionais;
- criação de um sistema integrado com informações mais rápidas e eficientes;
- uso de novas modalidades de atendimento, como a telemedicina.
Summit Saúde e Bem-Estar 2023
Esses e diversos outros assuntos serão abordados no Summit Saúde e Bem-Estar 2023, evento que acontece online em 5 de outubro. As exposições e discussões serão transmitidas pelo YouTube das 9h às 18h.
Para garantir seu lugar e ter mais informações, é só acessar o site do Summit. As inscrições já estão abertas!
Fontes: INSPER, FeSaúde