Dose de reforço aumenta a proteção contra a covid-19

27 de fevereiro de 2022 4 mins. de leitura
Estudos apontam que reforço da vacina contra a covid-19 aumenta em até 95% a proteção contra a variante ômicron

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O Ministério da Saúde já começou a aplicar doses de reforço contra a covid-19 em pessoas acima de 18 anos. A dose pode ser recebida cinco meses após a conclusão do ciclo vacinal. Essa decisão foi autorizada pelo ministro da saúde, Marcelo Queiroga, após a análise de um estudo desenvolvido pela Universidade de Oxford.

O estudo apontou que o reforço com as vacinas de RNA mensageiro pode aumentar em 175 vezes a produção de anticorpos. Nessa ocasião, a variante ômicron ainda não havia chegado ao Brasil.

A variante Ômicron

Em novembro de 2021, autoridades mundiais alertaram para o surgimento da variante Ômicron na África do Sul. A médica responsável pelo tratamento dos infectados, Angelique Coetzee, apontou que quase metade dos pacientes não haviam sido vacinados contra a covid-19.

Apesar de a maioria dos casos apresentar sintomas leves, a variante é altamente transmissível, por isso é importante que a população esteja vacinada.

A dose de reforço

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) apresentou novos estudos realizados nos Estados Unidos. Eles reafirmam que a vacina é a forma mais segura de obter imunidade contra a covid-19, pois aquela adquirida apenas pelo contágio é perigosa porque pode levar à infecção grave e à morte.

O trabalho apresentado pelo CDC afirma que a dose de reforço teve 90% de eficácia e foi capaz de prevenir internações no período de predominância tanto da variante delta quanto da ômicron. Além disso, duas semanas após a aplicação da terceira dose, a eficácia contra hospitalizações aumentou para 94%.

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A aplicação da dose de reforço é importante em decorrência de como o organismo reage frente às doses da vacina. Ao receber duas doses, a efetividade é de 81%, essa taxa permanece até 6 meses após a aplicação. Depois disso, a efetividade cai para 57%. A dose de reforço restabelece as altas taxas de proteção, elevando a efetividade acima dos 90%.

Dose de reforço restabelece altas taxas de proteção contra o vírus. (Fonte: Pexels/Reprodução)
Dose de reforço restabelece altas taxas de proteção contra o vírus. (Fonte: Pexels/Reprodução)

Dose de reforço pode impedir infecção pela ômicron

Já se sabe que pessoas vacinadas, ao serem infectadas pelo covid-19, apresentam sintomas mais leves. A nova descoberta é promissora e aponta que a dose de reforço pode impedir que a infecção aconteça.

Um segundo estudo publicado pelo CDC examinou dados de 25 departamentos de Saúde locais e estatais, apresentando que, para cada 100 mil vacinados com a dose de reforço, houve 149 casos de infecção. Os casos de infecção para vacinados com duas doses foram 255 em 100 mil indivíduos pesquisados.

Ainda, em outro estudo publicado na revista científica The Journal of the American Medical Association (Jama) foi demonstrado que a chance de ser infectado pela covid-19 e desenvolver sintomas foi 66% menor naqueles que receberam a dose de reforço.

Covid-19 no mundo

Na última semana, os novos casos de covid-19 tiveram um aumento em 5%, o número de mortes permaneceu similar. Foram reportados 21 milhões de novos casos na semana do dia 17 a 23 de janeiro, esse é o maior número desde o início da pandemia de coronavírus.

O maior aumento de casos ocorreu na região oeste do Mediterrâneo (39%), seguido pela região sudeste da Ásia (36%) e pela Europa (13%). Até o dia 23 de janeiro mais de 346 milhões de casos foram confirmados, e mais de 5,5 milhões de mortes foram reportadas em todo o mundo.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirma que as baixas taxas de vacinação em alguns países configuram condições perfeitas para o surgimento de novas variantes da covid-19. Para a superação da pandemia, é imprescindível a igualdade na distribuição de vacinas.

Baixa taxa de vacinação de alguns países está ligada ao aumento de variantes. (Fonte: Pexels/Reprodução)
Baixa taxa de vacinação de alguns países está ligada ao aumento de variantes. (Fonte: Pexels/Reprodução)

A meta para conter a pandemia é vacinar 70% da população de todos os países até julho. O diretor da OMS afirma que, nas condições atuais, pelo menos 109 países não conseguirão cumprir a meta.

Na coletiva de imprensa realizada em Genebra, a epidemiologista Maria Van Kerkhove, da OMS, afirmou que o mundo deve sair junto da pandemia e pediu a colaboração de todos na luta contra o coronavírus. Até o início de janeiro foram aplicadas 9 bilhões de doses da vacina em todo o mundo.

Fonte: Agência Brasil, Instituto Butantan, World Health Organization, UN.

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