A taxa de gravidez entre adolescentes brasileiros continua alta e problemática
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Mesmo com várias opções de métodos contraceptivos à disposição, inclusive gratuitamente, a gravidez na adolescência apresenta taxas elevadas no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 400 mil partos são realizados anualmente em meninas nessa fase da vida — uma quantidade significativa.
A gestação envolvendo adolescentes é uma condição que pode gerar complicações para a mãe, o feto e o recém-nascido, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, agrava problemas socioeconômicos existentes em países em desenvolvimento, principalmente, onde os dados relacionados se destacam.
Diante do alto número de gestantes entre 10 anos e 19 anos, o governo federal criou, em 2019, a Semana Nacional de Prevenção à Gravidez na Adolescência. Inserida no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a celebração anual, que acontece em fevereiro, objetiva conscientizar a população dos riscos da gestação precoce.
Um dos fatores abordados é a desinformação sobre sexualidade, considerada o principal motivo para a grande quantidade de gravidezes entre adolescentes. Isso contribui para dificultar o acesso ao sistema de saúde, resultando também na falta ou no uso inadequado dos métodos contraceptivos.
A camisinha é um dos métodos anticoncepcionais mais conhecidos e acessíveis para adolescentes, podendo ser encontrada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Além de evitar uma gestação indesejada, ela previne infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como herpes genital, sífilis, vírus do papiloma humano (HPV) e gonorreia.
A proteção, que funciona como barreira, está disponível para eles e elas. No preservativo masculino, o anel de borracha recoberto por látex evita a ejaculação na vagina, enquanto a camisinha feminina é colocada na vagina, impedindo o contato desta com o esperma.
Outra alternativa popular, a pílula do dia seguinte é um método químico que consiste na administração de uma ou duas pílulas em até cinco dias após a relação sexual sem proteção. Já a pílula anticoncepcional evita a ovulação e precisa ser tomada regularmente.
Há também o anel vaginal, que libera hormônios para impedir a ovulação, e o dispositivo intrauterino (DIU), colocado no útero para dificultar a chegada de espermatozoides ao óvulo. Adesivo hormonal, implante subcutâneo e espermicidas são outras opções que devem ser avaliadas conforme as preferências individuais.
Com a prevenção da gravidez na adolescência, é possível evitar complicações que são ainda piores para gestantes mais jovens, especialmente menores de 14 anos ou com menos de dois anos desde a primeira menstruação. Entre os perigos estão os riscos de o bebê apresentar anomalias graves, problemas congênitos ou traumatismos durante o parto.
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A situação pode se agravar nos casos em que a genitora é usuária de drogas e álcool, apresenta baixa estatura, tem peso inferior a 45 quilos ou sofre doenças crônicas. Vale destacar, ainda, a possibilidade de a adolescente ser rejeitada pela família e de que o parceiro não assuma a paternidade, entre outros problemas.
Fonte: Secretaria da Justiça e Cidadania de São Paulo, Ministério da Saúde, Febrasgo, UNFPA