Saúde mental: qual é o papel da escola?

6 de setembro de 2023 4 mins. de leitura
Aumento no número de casos de depressão e ansiedade entre crianças e adolescentes traz à tona o debate sobre a importância da escola na saúde mental dos jovens

A saúde mental é um dos assuntos mais relevantes do século XXI. Com o aumento do número de casos de depressão, ansiedade e outros distúrbios, falar sobre esse tema é fundamental, inclusive com crianças e adolescentes.

Para se ter uma ideia, mesmo antes da pandemia, a quantidade de casos de depressão entre jovens já havia dobrado. Em 2013, cerca de 5,6% das pessoas entre 18 e 24 anos lidavam com a doença. Em 2019, esse número saltou para mais de 11% e, em 2022, após a pandemia, ultrapassou a casa dos 14%.

A pandemia, por sinal, foi bastante cruel com crianças e adolescentes. Segundo um levantamento do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), cerca de 36% dos jovens brasileiros, entre 5 e 17 anos de idade, passaram por episódios de depressão ou ansiedade durante o período de isolamento.

Depressão: 36% das crianças e adolescentes tiveram episódios durante o isolamento da pandemia
Saúde mental: 36% das crianças e dos adolescentes tiveram problemas durante o isolamento na pandemia. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Esses dados acendem um alerta sobre a vulnerabilidade da saúde mental dos jovens brasileiros. A pergunta que fica é: como as instituições de ensino podem ajudar a melhorar esse quadro?

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O papel da escola

Durante a juventude, é muito comum que o indivíduo passe boa parte de seu tempo diário na escola. Esse ambiente representa muito mais do que apenas um local de aprendizado; seu papel é bastante importante na socialização e na formação da personalidade.

Além disso, muitos desafios aparecem durante esse processo. Bullying, decepções amorosas, rivalidades e pressão por desempenho são algumas das dificuldades que permeiam a vida de um jovem em idade escolar. 

Sendo assim, é importante que a escola adote algumas práticas para proteger a saúde mental dos alunos, além de auxiliá-los a desenvolver sua inteligência emocional. A seguir, veja alguns exemplos. 

1. Disponibilizar um psicólogo

O primeiro passo para cuidar da saúde mental dos jovens é dando-lhes acesso a um profissional capacitado para acompanhá-los. Infelizmente, não é a realidade da maior parte dos brasileiros poder pagar um psicólogo particular, o que reforça ainda mais a importância da existência desse profissional em um ambiente escolar.

2. Abordar o tema

Além da falta de apoio profissional, muitos jovens sequer sabem o que são as doenças que podem afetar a mente, como a depressão e a ansiedade. Por isso, organizar conversas e workshops que abordem o tema é importante para que ele deixe de ser um tabu.

Rodas de conversa sobre saúde mental causam impacto positivo no ambiente escolar
Rodas de conversa sobre saúde mental causam impacto positivo no ambiente escolar. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

3. Fomentar a comunicação

Guardar os problemas para si não é necessariamente uma coisa boa. A comunicação entre alunos, professores e coordenadores é importante para que os jovens não se sintam sozinhos. Embora o apoio profissional seja indispensável, a comunicação entre pessoas que compartilham o mesmo ambiente ajuda a tornar a convivência mais agradável.

4. Estimular a prática de atividades físicas

Pode até não parecer, mas exercícios físicos estão diretamente ligados à saúde mental. Um estudo da Universidade da Austrália Meridional concluiu que a prática de atividades físicas regulares é até 50% mais eficiente contra a depressão quando comparada com os remédios controlados.

Por isso, é também papel da escola promover aulas de Educação Física, atividades esportivas no contraturno e até mesmo campeonatos de integração.

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