Aumento no número de casos de depressão e ansiedade entre crianças e adolescentes traz à tona o debate sobre a importância da escola na saúde mental dos jovens
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A saúde mental é um dos assuntos mais relevantes do século XXI. Com o aumento do número de casos de depressão, ansiedade e outros distúrbios, falar sobre esse tema é fundamental, inclusive com crianças e adolescentes.
Para se ter uma ideia, mesmo antes da pandemia, a quantidade de casos de depressão entre jovens já havia dobrado. Em 2013, cerca de 5,6% das pessoas entre 18 e 24 anos lidavam com a doença. Em 2019, esse número saltou para mais de 11% e, em 2022, após a pandemia, ultrapassou a casa dos 14%.
A pandemia, por sinal, foi bastante cruel com crianças e adolescentes. Segundo um levantamento do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), cerca de 36% dos jovens brasileiros, entre 5 e 17 anos de idade, passaram por episódios de depressão ou ansiedade durante o período de isolamento.
Esses dados acendem um alerta sobre a vulnerabilidade da saúde mental dos jovens brasileiros. A pergunta que fica é: como as instituições de ensino podem ajudar a melhorar esse quadro?
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Durante a juventude, é muito comum que o indivíduo passe boa parte de seu tempo diário na escola. Esse ambiente representa muito mais do que apenas um local de aprendizado; seu papel é bastante importante na socialização e na formação da personalidade.
Além disso, muitos desafios aparecem durante esse processo. Bullying, decepções amorosas, rivalidades e pressão por desempenho são algumas das dificuldades que permeiam a vida de um jovem em idade escolar.
Sendo assim, é importante que a escola adote algumas práticas para proteger a saúde mental dos alunos, além de auxiliá-los a desenvolver sua inteligência emocional. A seguir, veja alguns exemplos.
O primeiro passo para cuidar da saúde mental dos jovens é dando-lhes acesso a um profissional capacitado para acompanhá-los. Infelizmente, não é a realidade da maior parte dos brasileiros poder pagar um psicólogo particular, o que reforça ainda mais a importância da existência desse profissional em um ambiente escolar.
Além da falta de apoio profissional, muitos jovens sequer sabem o que são as doenças que podem afetar a mente, como a depressão e a ansiedade. Por isso, organizar conversas e workshops que abordem o tema é importante para que ele deixe de ser um tabu.
Guardar os problemas para si não é necessariamente uma coisa boa. A comunicação entre alunos, professores e coordenadores é importante para que os jovens não se sintam sozinhos. Embora o apoio profissional seja indispensável, a comunicação entre pessoas que compartilham o mesmo ambiente ajuda a tornar a convivência mais agradável.
Pode até não parecer, mas exercícios físicos estão diretamente ligados à saúde mental. Um estudo da Universidade da Austrália Meridional concluiu que a prática de atividades físicas regulares é até 50% mais eficiente contra a depressão quando comparada com os remédios controlados.
Por isso, é também papel da escola promover aulas de Educação Física, atividades esportivas no contraturno e até mesmo campeonatos de integração.