A tecnologia pode desempenhar um papel essencial na prevenção do suicídio
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Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que mais de 700 mil pessoas tiram a própria vida em todo o mundo anualmente, colocando o suicídio como uma das principais causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos. A boa notícia é que a tecnologia pode desempenhar um papel essencial quando se trata de reduzir esse número alarmante.
Ato de causar a própria morte intencionalmente, o suicídio geralmente é relacionado à depressão, envolvida em mais de 50% das tentativas. Bipolaridade, esquizofrenia e abuso de drogas são alguns dos outros fatores de risco, assim como atos impulsivos associados a bullying, dificuldades econômicas e problemas de relacionamento.
Considerado um tabu na sociedade, o assunto não é discutido abertamente, mas as redes sociais e outras plataformas online são cada vez mais utilizadas para conversar sobre o tema. Por alcançar pessoas em todo o planeta, a web pode ser uma ferramenta importante para evitar novos casos.
Diante disso, uma série de intervenções digitais para a prevenção do suicídio têm sido desenvolvidas. Elas oferecem a possibilidade de encontrar apoio entre pares, incentivam a busca por ajuda profissional e também auxiliam no monitoramento da saúde mental, entre outras aplicações.
Uma das iniciativas digitais que ganharam destaque nos últimos anos para prevenir o suicídio foi o projeto “Algoritmo da Vida”. Anunciado em 2019, o mecanismo procura e identifica pessoas com depressão e comportamentos suicidas nas redes sociais, a partir da análise de postagens nessas plataformas.
A tecnologia, que chegou primeiro ao Twitter, baseia-se em uma metodologia conhecida como “gramática da depressão”. Ela varre os tweets em busca de frases, expressões e palavras normalmente utilizadas por uma pessoa com algum tipo de transtorno mental, sugerindo que ela esteja pensando em se machucar.
Depois que o algoritmo identifica um padrão indicativo de vulnerabilidade emocional, especialistas analisam os dados. Dependendo do caso, é possível que o usuário receba uma mensagem privada, apresentando o contato do Centro de Valorização da Vida (CVV), um dos promotores do Setembro Amarelo, mês de prevenção do suicídio.
Há muitas outras estratégias digitais para prevenir o autoextermínio, como os apps de monitoramento de risco e os rastreadores. Essas ferramentas notificam contatos cadastrados se pessoas com tendências suicidas apresentarem mudanças repentinas de comportamento e/ou se aproximarem de determinados locais.
Utilizada para tratar diferentes problemas de saúde mental, a terapia com realidade virtual é outra solução tecnológica para quem já tentou suicídio. Em um ambiente virtual controlado e seguro, o terapeuta dispõe de mais ferramentas para ajudar a pessoa a lidar melhor com sentimentos, pensamentos e experiências traumáticas.
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Além disso, vale citar os recursos de prevenção do suicídio disponibilizados pelo Facebook e pelo Instagram, os quais aparecem se o internauta pesquisar hashtags relacionadas à depressão e ansiedade, e as plataformas de telemedicina, para consultar especialistas. Outro destaque é o site do CVV, que tem chat 24 horas por dia com sigilo total, bem como atendimento pelo número 188.
Fontes: Saúde Digital, ABERJE, MSD Manuals, Ministério da Saúde