Como eram feitas as cirurgias antigamente?

9 de agosto de 2022 4 mins. de leitura
Falta de anestesia, principalmente no século 19, afetava experiência dos pacientes

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As intervenções cirúrgicas são procedimentos comuns e relacionados com as mais diferentes partes da Medicina. Por exemplo, só de cirurgias plásticas, no Brasil são realizados cerca de 1,5 milhão de procedimentos, de acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Todo tipo de cirurgia segue regras nacionais e internacionais de cuidado, sendo importante tomar cuidados higiênicos, como a assepsia do local e dos instrumentos, e um conhecimento completo do organismo do paciente.

Entretanto, nem sempre foi assim. No século 19, por exemplo, os responsáveis pelos procedimentos médicos de cortes e incisões eram chamados de açougueiros, o que acabou gerando um apelido para o período que é conhecido como Era da Dor na Medicina.

O nome açougueiro faz referência ao ato de cortar partes do corpo. (Fonte: Shutterstock)
O nome açougueiro faz referência ao ato de cortar partes do corpo. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Como eram as cirurgias no século 19?

Naquele tempo, a Medicina em geral era subdesenvolvida e sofria com inúmeros erros nas concepções. O site MedWay relembra que não existia conhecimento amplo sobre o corpo e o organismo humano, uma consequência da proibição de fazer dissecação de corpos, algo visto como ilegal na época.

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O resultado disso foi um índice muito alto de mortes e cirurgias sem sucesso no século 19. Além disso, os principais procedimentos consistiam na remoção de membros infeccionados, como mãos e pernas, com o intuito de evitar que o problema se espalhasse.

Zero cuidado com a higiene

As práticas aconteciam em locais sem preparação para receber um procedimento cirúrgico. Os ambientes tinham sangue coagulado, sujeira e até mesmo a presença de ratos. Além disso, os membros que costumavam ser removidos e fezes eram responsáveis por gerar um odor fétido.

Os objetos de corte também não eram esterilizados, sendo lavados em poços e cisternas. Além disso, a própria roupa do cirurgião era um avental que, nas crenças da época, deveria apresentar bastante sangue, caso contrário passaria a impressão de que o profissional era ocioso e com pouca experiência.

O grande número de pessoas que podiam assistir uma cirurgia dentro do ambiente do procedimento prejudicava as condições sanitárias do local. Pela curiosidade na área da Medicina e Ciência, era comum que surgissem aglomerações ao redor do cirurgião e do paciente.

A higiene não era rigorosa como é nas salas de cirurgias hoje em dia. (Fonte: Shutterstock)
A higiene não era rigorosa como é nas salas de cirurgias hoje. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Sem anestesia

A anestesia ainda não tinha sido inventada no século 19. Por conta disso, uma intervenção cirúrgica era um acontecimento acompanhado de muita dor para o paciente. Entretanto, os médicos tentavam aliviar as dores de alguma maneira.

Embriagar o paciente com doses de gim ou uísque, infusão de ervas, ópio (que, em alguns casos, podia ser muito forte e levar o paciente ao óbito) e inalação de éter ou clorofórmio eram algumas das medidas utilizadas para tentar tornar a experiência da cirurgia menos dolorosa para a pessoa.

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Fonte: Mega Curioso, MedWay, BBC, Projeto Medicina, Portal Hospitais do Brasil

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