Estudo mostra eficácia de dose única da vacina para pessoas que já tiveram o novo coronavírus
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Um estudo do Cedars-Sinai, um hospital sem fins lucrativos de Los Angeles, nos Estados Unidos, mostrou que aplicar apenas uma dose da vacina Pfizer-BioNTech em pacientes que já tiveram o coronavírus gera imunização equivalente à aplicação dupla do imunizante em pessoas que nunca foram contaminadas.
Isso significa que os pacientes já tratados têm resposta imunológica com apenas uma dose da vacina. De acordo com declaração, em release oficial do Cedars-Sinais, feita por Kimia Sobhani, PhD e professora de Patologia e Medicina Laboratorial do hospital, os indivíduos que se recuperaram da doença desenvolveram anticorpos suficientes após uma única aplicação da vacina, que foi comparável à observada em esquema de vacinação de duas doses em pessoas nunca infectadas.
Em notícia oficial do hospital norte-americano responsável pela pesquisa, Susan Cheng, professora de Cardiologia e diretora de Pesquisa em Saúde Pública do Smidt Heart Institute do Cedars-Sinai, as descobertas reforçam os resultados de estudos menores já feitos e apoia a estratégia de fornecer uma única aplicação da vacina para pessoas que já tiveram o novo coronavírus.
“Essa abordagem pode maximizar o alcance de um fornecimento limitado de vacina, permitindo potencialmente que milhões de pessoas sejam vacinadas apenas nos Estados Unidos”, afirmou a especialista em release oficial do Cedars-Sinai.
Para realizar o estudo, os cientistas avaliaram amostras de mais de 1,09 mil profissionais de saúde do Cedars-Sinai que receberam a vacina da Pfizer-BioNTech. Os pesquisadores questionaram os participantes se já haviam sido infectados pela covid-19 e se tiveram algum sintoma após a aplicação do imunizante.
Os indivíduos passaram por testes de anticorpos para que os pesquisadores pudessem avaliar a resposta do sistema imunológico para a vacina. Os níveis de anticorpos foram medidos antes ou até 3 dias antes da primeira dose, entre 7 a 21 dias após a primeira aplicação e dentro de 7 a 21 dias depois da segunda dose.
Os resultados mostraram 35 profissionais da saúde que já haviam sido contaminados pela doença e receberam uma única aplicação da vacina. Enquanto que 228 pessoas que nunca tiveram o coronavírus tomaram duas doses. Os testes de anticorpos avaliados revelam que os níveis de resposta do sistema imunológico contra a covid-19 foram semelhantes para os dois grupos.
Apesar dos resultados positivos, os cientistas indicam que ainda é preciso realizar mais estudos para guiar a política de vacinação com mais certeza. Será necessário acompanhar os pacientes por períodos mais longos para evidenciar que o aumento dos anticorpos permanecerá por mais que 21 dias.
Mesmo com a necessidade de realizar outras pesquisas para comprovar que o reforço dos anticorpos é eficaz e contínuo, outros estudos além do que foi feito pelo Cedars-Sinai também trazem resultados positivos em relação à aplicação de apenas uma dose da vacina em pacientes que já contraíram o coronavírus.
Uma pesquisa publicada pelo MedRxiv, elaborada por cientistas dos Estados Unidos, avaliou amostras de sangue de dez pacientes do Seattle Covid Cohort Study contaminados com covid-19. As análises chegaram à conclusão de que o sistema imunológico dessas pessoas teria dificuldades para combater a nova variante que surgiu na África do Sul, a B.1.351.
Mas, com uma dose da Pfizer ou Moderna, a quantidade de anticorpos aumentou mil vezes, podendo neutralizar a variante. Os cientistas mostraram, também, que a imunização foi mais eficaz nesses pacientes do que em pessoas que nunca foram infectadas com o coronavírus e receberam duas doses da vacina.
Os pesquisadores também afirmam que ainda será necessário avaliar a permanência da quantidade de anticorpos nos indivíduos por períodos maiores. Só assim será possível dizer com total certeza se uma dose da vacina é realmente suficiente para criar resposta imunológica eficiente em pacientes que já tiveram covid-19.
Fonte: New York Times, MedRxiv, Cedars-Sinais.