Com mudanças de estilo de vida e envelhecimento da população, as mortes de mulheres por doenças cardiovasculares superam as causadas por câncer
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A principal causa de óbito em mulheres por patologias esteve historicamente ligada à ocorrência de cânceres, como mama, útero e ovários. No entanto, o perfil de mortalidade mudou na última década, com as doenças cardiovasculares ganhando maior relevância devido ao envelhecimento da população e a mudanças no estilo de vida.
De acordo com dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS), as doenças do aparelho respiratório representaram a principal causa de morte entre mulheres de 2010 a 2019. Considerando todo o período, essas patologias provocaram 185 mil óbitos a cada 100 mil habitantes, enquanto as neoplasias, segunda maior causa, causaram 120 mortes/100 mil.
Tais números acenderam um alerta para uma reavaliação das abordagens de cuidados com a saúde para o público feminino. No início de 2023, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicou um amplo posicionamento sobre as doenças isquêmicas do coração, propondo uma estratégia para as mulheres.
As doenças cardiovasculares atingem o coração e os vasos sanguíneos. Essas patologias têm em comum o fato de prejudicarem a circulação sanguínea e podem ser extremamente prejudiciais à saúde, levando a complicações sérias e até mesmo à morte.
Esse grupo de patologias pode se manifestar de diversas formas; algumas das mais comuns nas mulheres incluem:
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Os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares nas mulheres estão mais relacionados ao estresse emocional do que à falta de atividade física, em comparação aos homens. Além disso, o sexo feminino enfrenta a ausência de orientações de saúde que considerem as diferenças biológicas, o que pode resultar em um tratamento inadequado.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares em mulheres são:
As mulheres podem reduzir os riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares adotando um estilo de vida saudável, o que abrange tanto uma alimentação equilibrada quanto a prática regular de atividades físicas. Também é importante não fumar e evitar a exposição ao tabagismo passivo, além de reduzir o nível de estresse.
Essas práticas de prevenção primárias dos fatores de risco são mais seguidas por pessoas do sexo feminino do que do masculino. No entanto, as ações de prevenção secundária, ou seja, quando é necessário um tratamento para evitar a evolução da doença cardiovascular, são geralmente piores nas mulheres do que nos homens.
Entre as medidas preventivas estão o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol no sangue e da diabete. Além disso, o tratamento adequado para condições como insuficiência ou arritmia cardíaca contribui para diminuir a probabilidade de ocorrência das doenças cardiovasculares em mulheres.
Fontes: Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Ministério da Saúde