Healthtechs de planos de saúde têm agradado clientes

As healthtechs têm conquistado cada vez mais espaço no mercado brasileiro. A visibilidade do setor de startups que buscam soluções tecnológicas para a área da saúde cresceu durante a pandemia, período em que as soluções digitais foram essenciais para a promoção da saúde em momentos de distanciamento.

Um tipo de healthtech em particular parece ter agradado os consumidores: segundo uma publicação recente da empresa de pesquisa de mercado e consultoria CVA Solutions, as empresas voltadas a unir tecnologia a planos de saúde se destacam em relação às empresas tradicionais, devido ao custo-benefício percebido pelos clientes.

Empresas como Alice e QSaúde buscam promover um cuidado integrado, com planos personalizados e dedicados ao cliente, focando na prevenção e em tratamentos aliados à redução de desperdícios – o que, segundo analistas, pode ser o segredo para planos de saúde com um bom custo-benefício.

O papel da tecnologia no custo-benefício dos planos de saúde

Para o sócio-diretor da CVA Solutions, Sandro Cimatti, o custo-benefício dos planos de saúde está associado ao estímulo destinado aos consumidores para a manutenção de sua saúde, e à redução de desperdícios no sistema, o que, em sua visão, é feito pelas healthtechs.

“Elas engajam os consumidores desde sua chegada, explicando o conceito de promoção de saúde e prevenção, mapeando o estilo de vida do consumidor, implementando o médico de família que gera orientação e racionalização de gastos. O segredo é a tecnologia e o engajamento desde o início do relacionamento”, afirmou Cimatti.

Dessa forma, é possível realizar um monitoramento mais próximo junto aos usuários mais doentes, enquanto ocorre o incentivo à promoção de saúde e à mudança de hábitos ao restante dos consumidores – que correspondem à maioria dos usuários dos planos de saúde.

Um exemplo emblemático é a Alice, healthtech de São Paulo que teve a segunda melhor percepção de clientes em relação a seus planos, atrás apenas da Porto Seguro.

A empresa se define como uma gestora de saúde, dedicada ao cuidado completo, humano e personalizado, “sempre de olho na prevenção e na promoção de hábitos saudáveis”, segundo eles. O alinhamento de seus profissionais com hospitais, laboratórios e outros centros de saúde permite a redução de desperdícios presentes em exames repetidos e desnecessários, assim como o acompanhamento contínuo, que inclui ações preventivas e o auxílio na busca pela mudança de hábitos necessária para que o consumidor tenha uma saúde melhor.

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Futuro é promissor, mas modelo de negócio gera dúvidas

Apesar de ainda haver dúvidas sobre o modelo de negócio das healthtechs, o futuro parece promissor. Há um receio de que as equipes de atenção primária façam um filtro muito fechado, de forma que os pacientes que precisam não cheguem aos especialistas, ou de que os reajustes sejam muito altos em casos de imprevistos, dada a quantidade ainda pequena de clientes.

Porém, o grande crescimento de clientes e de captação de investimentos dá a ideia de que o futuro para as healthtechs de cuidados em saúde parece promissor. De dezembro de 2020 para dezembro de 2021, a Alice aumentou seus membros em dez vezes, passando de 674 para 6 mil pessoas. Em julho, cerca de 10 mil clientes eram atendidos da healthtech.

Fonte: QSaúde, Summit Saúde | Estadão, Alice, CVA Solutions