Com a ajuda de robôs, o algoritmo pode encontrar padrões que passam despercebidos por neurologistas
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Doenças degenerativas como o Alzheimer e a demência são mais comuns em pessoas idosas. Perda da memória e dificuldade de realizar tarefas simples podem ser sinais de que o funcionamento cognitivo está alterado.
Pensando nisso, a professora Zoe Kourtzi, pesquisadora do Departamento de Psicologia da Universidade de Cambridge, está realizando estudos com ajuda da inteligência artificial para diagnosticar a demência com apenas uma tomografia.
Primeiramente, é importante diferenciar o que é cada condição. Por vezes, as pessoas acreditam que elas sejam sinônimos, mas cada uma surge por determinados fatores e precisam de tratamentos diferentes.
“Demência” é o termo utilizado para descrever a queda na capacidade cognitiva que interfere na realização das atividades, ou seja, as pessoas que apresentam essa síndrome sofrem alterações no raciocínio e na memorização. Ela pode ser causada por várias condições, como acidente vascular cerebral (AVC), doença de Parkinson ou problemas hormonais e falta de vitaminas.
O Alzheimer é uma doença que gera problemas de memória, mas, nesse caso, a causa está na morte das células cerebrais. A condição pode começar décadas antes do surgimento dos seus sintomas.
Segundo a Alzheimer’s Drug Discovery Foundation (ADDF), existem vários estudos sendo desenvolvidos para definir as causas da doença, mas já se sabe que ela é multifatorial, podendo ter ligação com mutações genéticas, falha de energia neural, neuroinflamação e doença vascular.
Com a ajuda de robôs, o algoritmo pode encontrar padrões que passaram despercebidos pelos neurologistas e combiná-los com os resultados já existentes no banco de dados.
O programa que utiliza a inteligência artificial (IA) criada compara as tomografias de pessoas com suspeita de demência de milhares de outros pacientes já diagnosticados. A intenção é encontrar a síndrome o quanto antes e intervir para retardar a progressão da doença. O novo método pode prever se a condição permanecerá estável, bem como o melhor tratamento.
Em testes pré-clínicos, a IA conseguiu diagnosticar a demência anos antes de os sintomas aparecerem. O sistema funcionou mesmo quando os sinais de dano ao cérebro não eram óbvios.
Espera-se que no primeiro ano do estudo participem 500 pacientes. Depois dos testes, os resultados serão enviados aos médicos dos pacientes para melhor aconselhamento sobre os possíveis tratamentos.
Para Timothy Rittman, líder do estudo, o sistema é uma grande conquista. Como a demência não tem cura, o diagnóstico precoce dá tempo aos pacientes, aumentando a qualidade de vida deles.
Fonte: Minha Vida, Hermes Pardini, Mega Curioso.