No falso positivo, a mamografia detecta alterações que são interpretadas como um possível tumor, o qual não é confirmado após mais testes.
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A detecção de alterações em uma mamografia não é sinônimo de diagnóstico. Um estudo da Universidade da Califórnia em Davis (UC Davis) concluiu que resultados falso positivos são comuns em mamografias. Segundo um artigo publicado no jornal JAMA Network Open, metade das mulheres receberá ao menos um falso positivo em uma década de mamografias feitas anualmente.
Um resultado falso positivo ocorre quando o exame detecta alterações interpretadas como um possível tumor, o qual não é confirmado após a realização de outros testes. Por exemplo, a avaliação é considerada falsa se não for identificada a presença de câncer em até um ano após o exame inicial.
“Para detectar o câncer de mama de forma precoce, precisamos ser cuidadosos e investigar quaisquer descobertas potencialmente anormais. Então, as mulheres não devem ficar preocupadas se forem convocadas para exames de imagem adicionais ou biópsias. A grande maioria desses resultados é constatada como benigna”, explicou Thao-Quyen Ho, radiologista com coautoria da pesquisa.
O estudo também mostrou que a tecnologia de mamografia de três dimensões (3D), conhecida como tomossíntese da mama, produz menos avaliações errôneas do que a mamografia padrão. A probabilidade acumulada de receber ao menos um falso positivo em dez anos de exames anuais foi 6,7% menor para a tomossíntese do que na tecnologia tradicional.
Michael Bissell, epidemiologista e coautor do artigo, afirma que a tecnologia de rastreio não é o principal fator a ser considerado na realização do exame, visto que não foi de grande impacto na redução de falso positivos. “Os resultados do nosso estudo destacam a importância das discussões entre pacientes e prestadores de cuidados sobre saúde personalizada. É importante considerar as preferências do paciente e os fatores de risco ao decidir o intervalo e a modalidade de rastreio”, disse Bissell.
Enquanto a mamografia digital tradicional engloba todo o tecido mamário em uma só imagem, o exame 3D faz várias capturas em diferentes ângulos, levando a maior qualidade, precisão e habilidade para detectar tumores pequenos.
Para produzir uma única imagem da mama, o exame padrão a comprime entre duas placas de metal por alguns segundos, na vertical e na horizontal, procedimento que é bastante doloroso para algumas pessoas.
O resultado falso positivo não faz que a pessoa seja submetida erroneamente a um tratamento, visto que mais exames são necessários para confirmar ou negar o diagnóstico. Ainda assim, há impactos psicológicos e financeiros.
“Apesar do importante benefício da mamografia de rastreamento na redução da mortalidade por câncer de mama, ela pode levar a procedimentos extras de imageamento e biópsia, custos financeiros e de oportunidade e ansiedade do paciente”, declarou Diana Miglioretti, professora e coautora do estudo.
Os pesquisadores destacam que o risco de um resultado falso positivo é consideravelmente menor no período de uma década se a mamografia for realizada a cada dois anos em vez de um ano. Nesse intervalo, a avaliação falha é menos provável se for utilizada a mamografia 3D.
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Fonte: Science Daily, Drauzio Varella, JAMA Network, Inca.