Nova subvariante da Ômicron se espalha mais rápido do que qualquer outra cepa do Sars-CoV-2
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A variante Ômicron original, conhecida também como BA.1 ou B.1.1.529, era a versão mais transmissível do vírus. Em muitos países, inclusive, causou alguns dos picos altos de novos casos de covid-19, mas uma subvariante, conhecida como BA.2, pode se disseminar ainda mais rápido.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sublinhagem já está circulando em pelo menos 69 países, incluindo no Brasil, e tem o potencial para ser tão grave quanto a forma original BA.1. Em pouco tempo, a expectativa é de que a sublinhagem se torne a versão dominante do vírus.
Vírus como o Sars-CoV-2 sofrem mutações o tempo todo e à medida que se replicam. Quando o material genético viral adquire mutações distintas suficientes, é categorizado como uma variante. Mas se as mudanças não forem tão drásticas, a nova cepa pode ser descrita como uma subvariante.
A OMS afirma que existem quatro sublinhagens da Ômicron sendo monitoradas no momento: além da variante original, as sublinhagens BA.1.1, BA.2 e, mais recentemente, BA.3. Dentre elas, a BA.2 é considerada a mais preocupante devido à rapidez de disseminação no mundo.
As sublinhagens compartilham 39 mutações em relação ao coronavírus de Wuhan, a maioria localizada na proteína Spike, responsável pela entrada do vírus nas células. No entanto, cada cepa também tem alterações genéticas próprias. A sublinhagem BA.1 contém 20 mutações adicionais; a BA.2 tem 27; e a BA.3 outras 13 mutações.
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Aprender como o vírus se espalha e causa danos é fundamental para interromper a transmissão dele e tratar infecções. Porém, com relação às subvariantes, ainda são poucas as informações científicas disponíveis.
O estudo mais amplo foi realizado pelo Instituto Statens Serum (Dinamarca), com 8,5 mil pacientes infectados com a BA.1 e a BA.2. As conclusões foram divulgadas em janeiro e ainda não foram revisadas por pares.
Algumas das primeiras sequências genéticas conhecidas da BA.2 foram registradas em um banco de dados internacional das Filipinas e da África do Sul, em novembro de 2021. Em teoria, a BA.2 pode ter-se ramificado de BA.1 logo após o início da circulação da variante “original”, mas ainda não há confirmação.
A Ômicron, por exemplo, não tem ancestral direto conhecido. No entanto, os cientistas já sabem que não é um descendente direto da delta ou da beta. O seu genoma demonstra vir de um ramo mais remoto da árvore genealógica do Sars-CoV-2.
Pesquisadores dinamarqueses do Instituto Statens Serum descobriram que a BA.2 é cerca de 1,5 vez mais transmissível do que BA.1, sendo capaz de infectar pessoas vacinadas e até mesmo com doses de reforço. Ainda não está claro se a sublinhagem pode reinfectar pessoas que pegaram uma versão anterior da cepa.
Até o momento, a BA.2 tem apresentado os mesmos sintomas e riscos do que a Ômicron. As infecções apresentam menor número de casos graves e morte quando comparadas com as cepas anteriores. Apesar disso, a alta taxa de transmissibilidade provoca um número alto de hospitalização, com possibilidade de colapso do sistema de saúde.
As vacinas continuam sendo altamente eficazes na prevenção de casos graves e morte causada pela nova sublinhagem, embora não previnam todas as infecções. As pessoas totalmente imunizadas contra a covid-19 estão menos propensas a transmitir a cepa BA.2 do que as não vacinadas.
Fonte: Reuters, Organização Mundial da Saúde (OMS), Forbes, Instituto Serum da Dinarmaca.