Descubra como o período menstrual das mulheres pode ser afetado de forma social e biológica
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Ao enfrentar uma situação de guerra, as mulheres têm uma preocupação a mais do que os homens: a saúde reprodutiva. O conflito armado tem um impacto direto no bem-estar delas, provocando efeitos negativos.
Os resultados podem ser divididos em duas categorias principais: social e biológica. Na primeira, estão incluídos a disponibilidade e o acesso a itens de necessidade básica; já na segunda, a reação do organismo ao estresse agudo.
Em situações normais, a maioria das mulheres em idade fértil, no início da adolescência até por volta dos 50 anos, menstrua uma vez por mês. O tempo de sangramento costuma variar entre três dias e sete dias.
Além disso, um pouco antes ou até mesmo durante a menstruação, é comum ter pessoas que relatam a presença de sintomas como cólicas, dor de cabeça e diarreia.
Nesse sentido, é digno de nota que, em situações de guerras, existe a chance de a mulher ter que abandonar a própria casa e ir para um local mais seguro. O resultado disso talvez seja dificuldades de acesso a absorventes e medicamentos usados para regulação menstrual ou alívio de sintomas do período.
Existe a chance de conseguir receber alguns desses itens por meio de ajuda humanitária, mas nem sempre é a quantidade ideal. Dependendo da intensidade do fluxo, pode ser necessário usar um tipo de absorvente que suporte maior volume de sangue, evitando vazamentos.
Também é importante levar em consideração que, geralmente, existem várias mulheres em idade fértil em uma única família, aumentando a necessidade de uso de absorventes ou coletores.
No entanto, o problema não se restringe à obtenção de produtos femininos de necessidade básica, pois a experiência traumática de vivenciar uma situação de guerra é capaz de provocar alterações no próprio organismo, causando anormalidades menstruais.
As mulheres que enfrentam situações traumáticas, como vivenciar uma guerra, podem sofrer alterações na menstruação devido ao grande nível de estresse experimentado.
Dentre os resultados, é possível citar a ocorrência da irregularidade do ciclo menstrual, ou seja, quando os intervalos entre um sangramento e outro apresentam prazos indefinidos. Outra consequência recorrente é a presença de episódios de amenorreia, que é a ausência de menstruação.
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Além disso, as circunstâncias estressantes são capazes de piorar a ocorrência da tensão pré-menstrual (TPM) e provocar o desenvolvimento do transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), que é a intensificação anormal dos sintomas que antecedem a menstruação, como:
Segundo um estudo da American University of Beirut Medical Center (AUBMC), mulheres expostas à guerra, mesmo durante um curto período, podem sofrer de desequilíbrios menstruais resultantes de estresse agudo.
A pesquisa analisou as características da menstruação em pessoas do sexo feminino com idade entre 15 anos e 45 anos, divididas em três grupos diferentes: o primeiro era composto de quem permaneceu em uma zona de guerra durante 3 dias a 16 dias; o segundo, de mulheres levadas em até dois dias para áreas mais seguras; já o terceiro daquelas que nunca foram expostas à guerra.
No final, no levantamento foi concluído que a condição de estresse experienciada pelo conflito resultou em anormalidades menstruais de 10% a 35% das mulheres e que, provavelmente, quanto maior o tempo de exposição, maior o risco de desenvolver irregularidades no ciclo reprodutivo.
Fonte: Independent, PubMed, Medindia, Universidade do Colorado, Clue, PubMed