sintomas de meningite podem ser confundidos com sinais de doenças comuns e até covid-19
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A data de 24 de abril é conhecida como o Dia Mundial de Combate à Meningite, doença que causou 300 mil mortes no mundo em 2017, segundo dados da Confederação das Organizações de Meningites, que estima 5 milhões de novos casos registrados a cada ano. E sabe-se que a maneira mais eficaz de evitar ocorrências mais graves da doença é com a vacinação.
A imunização contra a meningite se torna ainda mais importante por causa do novo coronavírus, já que sintomas da doença, como dores intensas de cabeça e alterações musculoesqueléticas e de consciência, estão presentes também em pacientes com a covid-19. Nas duas situações, a transmissão se dá através das vias respiratórias, por meio de gotículas e secreções do nariz e da garganta.
Os sintomas da meningite, como mal-estar, náuseas e vômitos, podem ainda ser confundidos com indícios de outras doenças mais leves, como gripe, otite, bronquite e infecções de garganta. Entretanto, a enfermidade pode evoluir rapidamente, causando sequelas graves e permanentes ou levando à morte.
A meningite é uma inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser causada por bactérias, vírus ou fungos. A doença pode atingir pessoas de todas as idades, mas crianças e idosos merecem atenção. As ocorrências mais graves estão relacionadas a bactérias que, além de atacarem o cérebro, podem atingir o sistema respiratório, o coração, os ossos e até o sangue. Os principais tipos de meningite bacteriana são:
Em setembro de 1974, o Brasil foi atingido pelo ápice de uma epidemia de meningite meningocócica que durou seis anos e resultou em cerca de 20 mil casos registrados e 2 mil óbitos. Foi o surto mais grave da doença no País, com outros incidentes menos letais em 1923 e 1945. A gravidade do episódio levou o governo a tomar uma série de medidas e criar estruturas para combater a doença e prevenir outras epidemias.
Em 1975, foi realizada uma ampla campanha nacional de vacinação contra a meningite e instituído o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica e Imunizações. Um ano depois, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) criou o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), até hoje responsável pelo desenvolvimento, pela produção e pela distribuição de vacinas no Brasil.
As vacinas contra meningite combatem as doenças causada por bactérias, que são os tipos mais graves. A imunização é recomendada como rotina pelo Ministério da Saúde, pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mesmo que não haja notícia de surtos da doença, uma vez que os casos de meningite bacteriana acontecem durante o ano inteiro no Brasil.
A imunização é realizada em menores de 1 ano de idade de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação. As doses aplicadas são BCG (contra meningite tuberculosa), Pentavalente (contra Hib), além de Pneumocócica 10 Valente e Meningocócica C.
A SBIm recomenda a aplicação da Meningocócica B em grupos de alto risco, como portadores de HIV e de asplenia anatômica ou funcional. A entidade também sugere, além do Calendário Nacional, um reforço da Meningocócica C para crianças entre 5 anos e 6 anos de idade e ao completarem 11 anos.
Fonte: Secretaria da Saúde do Espírito Santo, SBIm, Agência Brasil, Drauzio Varella, Fiocruz, Ministério da Saúde, BBC, Sociedade Brasileira de Infectologia.