Covid-19 aumenta preocupação sobre casos de tuberculose no mundo - Summit Saúde

Covid-19 aumenta preocupação sobre casos de tuberculose no mundo

4 de abril de 2021 4 mins. de leitura

Em análise feita pelo College London, pesquisadores preveem uma alta mundial de casos de tuberculose por falta de diagnósticos durante isolamento social

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A pandemia de covid-19 pode ser responsável por gerar milhões de casos de tuberculose (TB) nos próximos cinco anos, segundo um novo estudo feito pelo College London, do Reino Unido. 

De acordo com a pesquisa publicada no Stop TB Partnership, as medidas de isolamento social devem causar 6,3 milhões de novos casos e 1,3 milhão de mortes pela doença até 2025.

A maior preocupação ressaltada pela comunidade médica é pela quantidade de pessoas que não serão diagnosticadas ou tratadas em decorrência das restrições impostas pelo surto de coronavírus. Segundo os especialistas, o vírus Sars-CoV-2, causador da covid-19, está diretamente ligado à coinfecção com outras doenças respiratórias, sobretudo a tuberculose. 

Tuberculose no mundo

Antes da covid-19, tuberculose era a doença infecciosa com maior número de mortes diárias no mundo. (Fonte: Shutterstock)
Antes da covid-19, tuberculose era a doença infecciosa com maior número de mortes diárias no mundo. (Fonte: Shutterstock)

Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 4 milhões de indivíduos morram por infecções no trato respiratório inferior todos os anos — sendo 1,4 milhão dos casos de óbitos unicamente causados por tuberculose. Antes de março de 2020, quando o novo coronavírus não havia atingido números expressivos pelo mundo, a TB era a doença infecciosa com o maior número de mortes diárias no mundo todo.

Então, como o cenário gerado pela pandemia pode agravar essa situação? Assim como no surto de ebola em 2014, quando diversos serviços essenciais de atendimento médico tiveram continuidade interrompida, foi possível observar um maior número de mortes por outras patologias. Na época, a epidemia que impactou gravemente o continente africano gerou problemas nos programas nacionais de controle de HIV, TB e malária. 

Dessa forma, por mais que a crise de coronavírus possa se estender por só mais alguns meses, os cientistas alertam para o potencial risco futuro. De acordo com o estudo do College London, a interrupção de serviços de saúde por curtos prazos pode gerar um atraso de até oito anos no diagnóstico e tratamento da tuberculose.

Coinfecção de tuberculose e covid-19

Conforme as informações trazidas pelo estudo, estima-se que os países mais pobres e com menos capacidade de infraestrutura médica sejam os mais prejudicados pelos casos de coinfecção de covid-19 e TB ativa. A pesquisa indica que esses pacientes desenvolverão casos clínicos mais delicados e necessitarão medidas de reabilitação individualizadas e prolongadas.

Dessa forma, a população marginalizada possivelmente encontrará dificuldades para arcar com os custos gerais dessas doenças, gerando uma situação de calamidade pública. Sendo assim, é de suma importância que os sistemas de saúde encontrem soluções viáveis para remediar danos e fortalecer o atendimento médico dentro de suas comunidades.

Prevenção e controle

Telemedicina pode ajudar na prevenção de casos de tuberculose na pandemia. (Fonte: Shutterstock)
Telemedicina pode ajudar na prevenção de casos de tuberculose na pandemia. (Fonte: Shutterstock)

Visando salvar o maior número de vidas possíveis, o estudo aconselha que os órgãos públicos e privados de saúde busquem ativamente diagnósticos de novos casos de tuberculose, participem da comunidade local e tracem estratégias de rastreamento por meios digitais que permitam identificar focos de atuação em determinadas regiões.

Nesse ponto, a telemedicina surge como uma importante ferramenta para que o auxílio médico não seja interrompido. Por meio das novas estratégias de consultas remotas, muitos pacientes poderão dar prosseguimento em seus tratamentos, podendo respeitar as medidas de isolamento social e aliviar a pressão colocada sobre os sistemas de saúde durante a pandemia.

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Fonte: PEBMED, College London.

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