Nos EUA, mais de 20% das mortes por covid-19 durante toda a pandemia não aconteceriam se a vacinação fosse ampliada
Publicidade
Conheça o maior e mais importante evento do setor de saúde do Brasil.
Os Estados Unidos se aproximam da marca de 1 milhão de óbitos por covid-19, segundo informações da Universidade Johns Hopkins. De acordo com um novo estudo da Kaiser Family Foundation, 234 mil mortes ocorridas entre junho de 2021 e março de 2022 poderiam ter sido evitadas pela vacina. O número representa cerca de 60% das fatalidades registradas no período e mais de 20% de todas as mortes desde o início da pandemia.
Até fevereiro de 2022, a pesquisa identificou que 78% dos adultos de 25 jurisdições estavam totalmente imunizados contra o coronavírus — a amostra representa dois terços da população dos EUA. No mesmo mês, 60% dos óbitos registrados foram de pessoas que não estavam vacinadas, enquanto 25% tinham a imunização completa e 15% receberam a dose de reforço.
Os pesquisadores utilizaram dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) estadunidense para estimar o número de mortes de adultos por covid-19 que poderiam ter sido prevenidas com a vacinação. Desde junho de 2021, quando os imunizantes passaram a estar disponíveis, foram registrados cerca de 389 mil óbitos.
A taxa de morte de adultos vacinados foi retirada do número total de óbitos em cada mês até março de 2022. Os cientistas estimaram que 270 mil mortes por covid-19 aconteceram entre pessoas não vacinadas no período estudado. A partir daí, aplicaram os números divulgados pelo CDC de eficácia da vacina na prevenção de óbitos, variando de 91% de junho a dezembro de 2021 até 79% de janeiro a março de 2022, para calcular quantos adultos não vacinados poderiam ter a morte evitada pela vacinação.
Leia também:
Com a disseminação da variante ômicron, o número de mortes aumentou entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, inclusive entre idosos e vacinados, e foram registrados mais de 87 mil óbitos, de acordo com os dados pesquisados. O estudo avalia que isso era esperado, uma vez que a imunidade induzida pelas vacinas pode ser reduzida ao longo do tempo, sobretudo em pessoas mais velhas que foram vacinadas antes.
A pesquisa destaca que, embora sejam menos eficazes na prevenção da infecção pela ômicron em comparação com as variantes anteriores, as vacinas disponíveis continuam a oferecer proteção significativa contra hospitalização e morte, principalmente com a dose de reforço.
O Brasil passou da marca de 660 mil óbitos por covid-19 no início de abril. Não há estudos recentes sobre o impacto da falta de vacinação na letalidade provocada pelo coronavírus no País, mas em junho de 2021 diversos especialistas analisaram a situação durante uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia.
Na época, mais de 500 mil brasileiros já haviam morrido vítimas da covid-19. A demora na aquisição de vacinas e o ritmo lento de imunização provocaram pelo menos 95 mil mortes, de acordo com o depoimento de Pedro Hallal, epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
A Pfizer ofereceu ao governo brasileiro até 70 milhões de doses em agosto de 2020 para que fossem entregues a partir de dezembro do mesmo ano, segundo Carlos Murillo, presidente da farmacêutica na América Latina. No entanto, o Ministério da Saúde assinou o primeiro contrato somente em março de 2021, oito meses depois da primeira oferta.
Quer saber mais? Confira a opinião e a explicação dos nossos parceiros especialistas em Saúde.
Fonte: Kaiser Family Foundation, Agência Senado, Universidade John Hopkins