Doença que afeta 70% dos brasileiros pode estar associada a ansiedade, má alimentação e lesão no estômago
Publicidade
De acordo com a Federação Brasileira de Gastroenterologia, sete em cada dez brasileiros sofrem algum tipo de gastrite, que pode ser definida como a inflamação da mucosa que reveste as paredes internas do estômago. Como essas estruturas são feitas para suportar os ácidos que o corpo produz, a gastrite ocorre quando elas estão mais frágeis do que deveriam ou quando a acidez do estômago está acima do normal. Mas essa condição é um pouco mais complexa do que parece.
É muito comum que as pessoas chamem qualquer dor ou queimação na região do estômago de gastrite, porém existem outras doenças que têm sintomas parecidos, como o refluxo. Por isso, é importante saber bem como a gastrite funciona para poder evitá-la ou, nos piores casos, tratá-la de forma adequada.
Existem cinco tipos mais comuns de gastrite, e cada um deles apresenta sintomas e tratamentos específicos. Confira quais são a seguir.
A gastrite aguda se caracteriza pela aparição repentina dos sintomas, que também costumam ter duração curta. Geralmente, está associada ao consumo exagerado de alguma substância, como álcool, café, refrigerante e alguns medicamentos.
Os principais sintomas são:
O tratamento mais eficaz é reduzir a acidez do estômago por meio de medicamentos conhecidos como antiácidos. Podem ser usadas pastilhas ou sais de fruta e, para casos mais graves, os inibidores da bomba de próton, que tem por consequência inibir a produção de ácidos no estômago — existem algumas opções nesse caso, como o omeprazol e o pantoprazol. Também é aconselhável uma rotina de alimentação mais saudável.
Como o próprio nome sugere, a gastrite crônica dura um período prolongado e não necessariamente tem os sintomas ativados por uma substância específica. Geralmente, é causada pela presença da bactéria H. pylori. É preciso ter muito cuidado nesse caso, pois, quando a parede do estômago fica muito danificada, o quadro pode evoluir para câncer.
Os principais sintomas são:
Para o tratamento, recomenda-se o uso regular de antiácidos e inibidores de produção de ácido no estômago, sempre com acompanhamento médico. Também é recomendado acompanhamento com nutricionista para retirar os alimentos nocivos da dieta.
Esse tipo de gastrite é muito associado ao estado emocional do paciente, principalmente daqueles que sofrem de ansiedade ou têm rotinas muito estressantes. Os sintomas são bem parecidos com os da gastrite crônica, e um quadro nervoso pode evoluir para um crônico se não for tratado adequadamente.
Além do tratamento clássico com antiácidos e inibidores de ácidos estomacais, é aconselhável acompanhamento psicológico, com opções que vão desde terapia até remédios em casos mais graves. Evitar rotinas muito estressantes é fundamental, assim como ter uma alimentação saudável.
Em geral, é associada a uma lesão leve na parede do estômago que acaba desencadeando uma gastrite. Esse ferimento pode ser causado pelo consumo excessivo de álcool ou de medicamentos por período prolongado ou por uma doença autoimune. Além dos sintomas da gastrite comum, o paciente pode apresentar sangue nas fezes e dores mais intensas.
Nesse caso, é necessário um exame interno conhecido como endoscopia, que é realizado com uma microcâmera para identificar a origem da lesão. A partir disso, o médico é capaz de indicar o melhor tratamento.
Esse tipo de gastrite é causado por alergias ou pelo aumento de células imunes no estômago, que promovem irritação da mucosa e, consequentemente, os sintomas de gastrite. Além do tratamento clássico, podem ser usados medicamentos corticoides.
Leia também:
O estilo de vida acelerado e o consumo de alimentos industrializados têm aumentado os quadros de gastrite. Por isso, é preciso se atentar a alguns pontos na hora de se alimentar:
Fonte: Drauzio, Endogastro Clínica, Pronto Saúde